Eu cresci assistindo o humor brilhante de Os Trapalhões! Não só o programa de TV, que dava números astronômicos de audiência. Mas também os filmes, que até hoje estão entre as maiores bilheterias do cinema brasileiro. Renato Aragão, Dedé Santana, Mauro Goncalves e Mussum eram hilários num humor que hoje provavelmente seria inaceitável. Mas, que faziam a gente rolar de rir com sketches, muitos dos quais me lembro até hoje. Mussum era, na minha opinião, o mais engraçado. Um grande talento da comédia. A história desse homem tão especial, que até hoje continua relevante (seja em memes, no jeito de falar ou até como cerveja), é contada em ‘Mussum – o Filmis’, que estreou nesta quinta-feira (2) nos cinemas.
O filme começa contando a história de Carlinhos e como era apegado à mãe (feita com doçura por Cacau Protásio). Depois, passados alguns anos, é a vez do jovem Antônio Carlos, que quer se tornar um sambista, ao mesmo tempo em que monta uma família. É nessa época que ele começava a fazer parte do grupo musical ‘Os Originais do Samba’. E por fim, chega o momento de Mussum, que quase por acidente vira comediante, e é convidado a fazer parte de Os Trapalhões.
O que achei?
‘Mussum – o Filmis’ conta com carinho toda essa história. Destacam-se seu bom humor, o amor imenso pela mãe. Mas, especialmente o amor pela música, que num determinado momento é deixada de lado devido aos compromissos com o sucesso dos Trapalhões. A reconstituição de época é ótima. Para quem conhece os nomes dos primórdios da música e da TV, o roteiro e certas aparições são uma atração à parte. E claro, há o elenco sensacional.
Cacau Protásio, tão conhecida pelas comédias, brilha talvez naquela que é a melhor sequência do filme: aquela em que Carlinhos ensina sua mãe a ler. Impossível não se emocionar. Quando o tempo passa, Neusa Borges assume o papel, e como maravilhosa atriz que é, arrasa em diversos momentos. Mas, as grandes atrações são os intérpretes de Mussum em suas três fases. O garoto Thawan Lucas, que faz o Carlinhos, tem uma naturalidade e um sorriso que desarmam. Yuri Marçal, que faz o jovem Antônio Carlos, é uma revelação, tanto que ganhou o prêmio de coadjuvante no Festival de Gramado.
Só que a interpretação que choca de tão perfeita é a de Ailton Graça, também premiado em Gramado. A primeira cena do filme é um sketch (do qual eu me lembro muito bem) de Os Trapalhões. É ali que você já fica chocada como Ailton incorpora todos os trejeitos tão conhecidos de Mussum. O trabalho do elenco perfeito ajuda a tornar essa história, que é contada de uma maneira direta, divertida e emocionante, uma das melhores biografias recentes do cinema nacional.
Eu tive a deliciosa oportunidade de conversar com Ailton Graça e Yuri Marçal. Pena que foi tão pouco tempo. Veja aqui o nosso papo.
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* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Adnews
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