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O e-commerce brasileiro vem vivendo um momento extremamente positivo. De acordo com uma pesquisa recente do PayPal, o número de sites de varejo online aumentou quase 40% em 2018. Esse crescimento foi de apenas 12% em 2017.

Além disso, um estudo do Ebit / Nielsen mostra que lojas físicas tradicionais que têm também operação no e-commerce já representam mais de 51% das vendas do setor digita com um faturamento estimado de R$ 27 bilhões em 2018. Esse fato vai ao encontro da tendência global de aumentar cada vez mais a presença e importância de fazer negócios via e-commerce. René Abe, CEO e presidente da Rakuten Brasil explica na íntegra:

 

Comente sobre o crescimento do e-commerce. Qual o motivo do crescimento? 

No Brasil, para a maioria dos varejistas a Internet ainda é a “última fronteira”. Há muito o que crescer em termos de relevância do faturamento no comércio eletrônico no Brasil: a participação deste alcança algo entre 3 e 4% comparados ao total de valores transacionado no varejo. Nos EUA, esse porcentual é de mais de 10%.

Assim, apesar da economia geral mostrar um desempenho mais modesto no PIB, o crescimento do Comércio Eletrônico é constante porque cada vez mais empresas procuram a internet primeiro como canal, e depois com o avanço da transformação digital em suas empresas, a Internet se torna o pilar mais importante, reforçando o ciclo de crescimento. Essa é uma tendência irreversível. O Digital chegou para ficar.

 

Qual a maior diferença entre o físico e online? 

A experiência. O consumidor típico do comércio eletrônico Brasileiro tem o preço e a conveniência como pontos chave na decisão de compra por esse canal. Para muitos produtos, a interação física ainda é fator preponderante para a decisão de compra, e isso só se consegue na loja física. Existem iniciativas imediatamente existentes, como os showrooms integrados às lojas virtuais, a integração entre as lojas físicas e as lojas online, seja na forma de “prateleira infinita”, onde o cliente recebe o produto que eventualmente não esteja para pronta entrega na loja física ou na forma do “retire na loja”, onde o cliente, por questões de valor de frete ou por querer dar uma última conferida no item que vai comprar.

Um fator que acelera muito a adoção da venda pelo canal online é a massiva penetração dos telefones celulares – especialmente a adoção dos chamados “smartphones”, que oferecem a possibilidade de interação entre a loja e seu cliente a qualquer momento e em qualquer lugar. Isso favorece ferramentas que mostram ofertas em tempo real e locais ideais para que a compra seja fechada.  As iniciativas mais avançadas para chegar mais próximo da interação no canal físico estão no setor de Realidade Aumentada, onde a combinação do smartphone e internet propõe simular a interação com o produto em sua própria casa. Alguns varejistas de móveis já oferecem ferramentas que, usando a câmera de seu smartphone, constroem uma simulação colocando o sofá em tamanho real em sua sala de estar. O smartphone toma as medidas da sala, calcula o posicionamento e as dimensões do produto e o sofá aparece no local “magicamente”. Por trás de tudo isso há muita tecnologia envolvida, e o desafio da indústria é exatamente tornar tudo isso acessível para os lojistas.

 

A Rakuten aposta em patrocínios de Barcelona e Golden State Warriors, equipes de esportes distintos, mas que possuem uma torcida forte no Brasil. Qual a estratégia para conquistas esses torcedores? 

O patrocínio desses clubes considerou o quanto são próximos à nossa cultura de inovação, honestidade, integridade, sucesso e carisma. São importantes vetores para a propagação e o fortalecimento do conhecimento da marca Rakuten em todo o mundo. Ainda estamos estruturando as ações para o público fora da Europa e dos EUA nessa iniciativa, mas é certo que as ações trarão engajamento e participação da comunidade que amam os jogos e os times do Barcelona e do GSW.

 

Quais são os desafios da empresa?

Os desafios variam dependendo de cada parte do planeta onde a Rakuten opera. O Brasil, como todos os países, tem detalhes específicos a ele e que demandam esforço para adequar as ofertais globais da Rakuten ao mercado local. Os tributos são um desafio; a capacitação tecnológica das empresas é baixa, o que requer uma orientação para que não acabem adotando uma solução que vão acabar não usando por não terem o mínimo de preparação operacional para as atividades de e-commerce. O gerenciamento de fraudes nos pagamentos via Internet é algo complexo, mas o que destaca é o aumento de transações que são legítimas, mas que acabam sendo marcadas como fraude pelo comprador porque ele não está satisfeito com o vendedor. Isso encarece as operações do lojista de e-commerce, pois tem de lidar com custos adicionais dos processadores de pagamento. Finalmente, a volatilidade da economia também é um desafio, mas nesse caso, é uma coisa boa, pois os retornos dos ciclos positivos superam em muito os períodos de baixa econômica.

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