O painel “A Reinvenção da Experiência e Tendências para 2025”, realizado na CCXP 2024, trouxe especialistas para debater como tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA) e realidade virtual (VR), estão transformando a forma como consumidores interagem com o audiovisual e as marcas. O evento foi mediado por Carol Soares, cofundadora da consultoria OCLB e especialista em antropologia do consumo, com participações de Maurício Toledo (Banco do Brasil), Chiara Martini (Coca-Cola), Eduardo Picarelli (Heineken) e Otávio Juliato (Omelete).
Banco do Brasil: IA e personalização no centro das estratégias
Maurício Toledo, gerente executivo de Promoção e Patrocínio do Banco do Brasil, apresentou como a instituição tem utilizado IA para personalizar a comunicação e os eventos patrocinados. “Conseguimos prever até seis meses antes que uma cliente está grávida, apenas analisando seu comportamento de consumo. Isso nos permite oferecer experiências mais relevantes nos eventos que apoiamos, como no vôlei e no universo gamer”, explicou.
Ele também destacou a aplicação de IA no G20, onde a tecnologia foi utilizada para coletar e transformar as opiniões de mais de 4 mil participantes em um manifesto sustentável em apenas três dias. “A inteligência artificial nos permite ir além da visibilidade da marca, transformando nossas iniciativas em estratégias de experiência”, afirmou.
Além disso, Toledo reforçou a importância de rejuvenescimento da marca. “Com 216 anos, o Banco do Brasil precisa dialogar com novas gerações. Estamos investindo em esportes como skate e surf, além do universo dos games, para reforçar essa conexão com públicos mais jovens e manter nossa relevância no futuro.”
Coca-Cola: o desafio da personalização em produtos físicos
Chiara Martini, líder de Estratégia Criativa da Coca-Cola na América Latina, abordou os desafios de marcas que não são nativas digitais. “Personalizar a experiência para produtos físicos é mais desafiador, mas ferramentas como realidade aumentada abrem caminhos para criar conexões significativas”, comentou.
Martini também destacou o potencial do storytelling colaborativo. “A cocriação com o público permite ampliar emoções e construir experiências mais imersivas e personalizadas. Isso é o futuro da nossa comunicação, mesmo em um contexto desafiador como o de produtos físicos”, afirmou.
Heineken: tecnologia para surpreender e socializar
Eduardo Picarelli, diretor da Unidade de Negócios da Heineken no Brasil, trouxe insights sobre como a marca utiliza tecnologia para se conectar ao consumidor. Ele revelou que a empresa está testando um aplicativo que recomenda os melhores lugares para encontros entre amigos com base em dados de consumo.
“Nosso papel como marca é fomentar a socialização. Para isso, investimos em tecnologias que surpreendam as pessoas, seja por meio de campanhas, seja na experiência de consumo”, explicou Picarelli.
O executivo também destacou a importância de não seguir tendências sem um propósito claro. “O principal erro é pegar carona em tendências sem entender como a tecnologia pode ajudar sua estratégia. Antes de tudo, é preciso que ela reforce o propósito da marca”, afirmou.
Picarelli enfatizou que a inovação deve ir além do produto e envolver criatividade. “A tecnologia nos permite criar momentos que conectam as pessoas de maneiras inéditas. Quando aplicamos isso, seja em embalagens mais funcionais ou em experiências que agregam valor à marca, estamos surpreendendo o consumidor e fortalecendo nossa vantagem competitiva”, disse.
Inovação no universo geek
Otávio Juliato “Bruxo” é CCO do Omelete Company, co fundador da CCXP, Game XP e The Enemy, reforçou como o universo geek é terreno fértil para a inovação tecnológica e a criação de experiências imersivas. Ele destacou a importância da CCXP como palco para lançar novas iniciativas e envolver o público em narrativas transformadoras.
Tecnologia e conexão humana no centro das discussões
O painel reforçou como a aplicação de tecnologias emergentes está remodelando a relação entre marcas e consumidores, colocando personalização, criatividade e inovação no centro das estratégias de comunicação e entretenimento. Com exemplos práticos e insights dos palestrantes, ficou evidente que o futuro das experiências está cada vez mais conectado ao poder transformador da tecnologia.