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Realizar uma produção audiovisual normalmente apresenta uma série de obstáculos, pois necessita de grupos de criação e coordenação para liderarem o projeto da melhor forma possível.

Com o isolamento social, o audiovisual encontrou uma grande barreira: a paralisação de todas as filmagens e qualquer tipo de produção presencial. Foi aí que, devido à necessidade de se adaptar a essa realidade e implantar diferentes métodos de direção, além de buscar soluções para que as produtoras continuassem seus trabalhos em outras cidades, estados ou países, surgiu a captação de vídeos com equipes remotas.

A ideia desde o início é repleta de desafios. O primeiro deles é encontrar equipes nos diferentes pontos em que um projeto está sendo gravado, sem que haja qualquer contato anteriormente. Para isso, há uma intensa busca dos setores de atendimento, produção e direção pela internet, entrando em contato com todas as produtoras locais, solicitando portfólios e fechando orçamentos.

Para muitos, a maior dificuldade da captação remota é encontrar equipes qualificadas e que possuam os equipamentos exigidos para as filmagens. Tudo se transforma em um processo de adaptação, sempre entendendo as novas situações que surgem. Desde as reuniões com as equipes e com os entrevistados para alinhar os detalhes até a filmagem e edição, o procedimento precisa ser bem rápido, já que os prazos se tornam menores ainda.

A utilização da captação remota pode ser produzida em diversos níveis, dependendo da necessidade da empresa, do orçamento disponível e da qualidade esperada. Para alguns projetos específicos é necessária uma readequação do workflow no trabalho interno, revendo plataformas e equipes, além de uma ótima comunicação com os líderes do trabalho, para que todas as expectativas estejam alinhadas. Estudar o clima das cidades escolhidas como locação, ajustar os melhores horários, a viabilidade de rodar em um ambiente externo por conta de calor, chuva ou ventania, e até mesmo para escolher a localização da câmera, se tornam fatores essenciais a fim de evitar qualquer contratempo.

 

Foco e resiliência se tornam a chave para o sucesso

É a partir de testes, erros e acertos que se torna possível entender o que é preciso fazer, qual a melhor plataforma, qual a melhor solução e quais as necessidades. É preciso estar com um olhar apurado e com foco no que está acontecendo no local. Um momento perdido pode ser o que define todo o vídeo, por isso as equipes locais precisam entender que eles são o time principal e que o sucesso também depende delas, o que nem sempre é fácil, visto que, muitas vezes, o material pode chegar sem contemplar o objetivo da produtora principal. A maior prova de adaptação acontece na entrega do material bruto para edição, em que todo o conteúdo pode precisar ser refeito.

Entretanto, como os prazos são muito curtos, às vezes isso não é possível. De mãos atadas, são poucas as opções disponíveis para salvar um vídeo: cortá-lo completamente da edição final, o que é inviável por envolver gastos e logística; refazer toda o conteúdo, também não é possível pelo tempo e prazo de execução; ou destrinchar todo o material, preservando as partes de melhor nível e enviando para a pós-produção, que criará o resultado mais satisfatório possível.

 

Readaptação tornou a direção remota realidade mesmo no pós-pandemia

Todas as mídias, de forma geral, estão em constante mudança, mas com o ineditismo da pandemia, este processo foi acelerado. Ainda assim, o objetivo continua sendo trazer as melhores soluções disponíveis, não importa a dificuldade. Neste ponto, o atendimento é peça-chave e necessita estar totalmente focado no cliente. Além da relação entre equipe remota e produtora, a conexão de direção e cliente se torna muito direta, pois é preciso traduzir sua perspectiva, visão e sensação desejada em imagens e som. O desafio é conseguir transmitir isso não estando presente, ser capaz de capacitar a equipe remota e fazê-la absorver ponto por ponto.

O que começou como método de sobrevivência para as empresas de audiovisual em meio à pandemia pode se tornar uma tendência. A direção remota se tornou uma realidade que deve continuar crescendo, já que o mercado audiovisual descobriu que, dependendo da complexidade de um projeto, a praticidade, não só artística como em questões de custos, da contratação de equipes terceirizadas, vale muito a pena o investimento.

 

Fonte: Leandro Alvarenga

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