O Festival Feira Preta, maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina, anunciou o adiamento de sua edição em São Paulo para 2026, devido à redução de patrocínios. No entanto, uma edição em Salvador está confirmada para novembro de 2025, viabilizada por investimentos já captados.
A decisão reflete a atuação do ecossistema Feira Preta na Bahia, onde, desde 2017, diversas iniciativas vêm sendo implementadas. Há quase cinco anos, o festival mantém a Embaixada Preta Cachoeira (antiga Casa PretaHub), consolidando um espaço de cultura, empreendedorismo e coletividade no estado.
Cenário econômico desafia eventos de diversidade
O adiamento ocorre em meio a um contexto de retração nos investimentos para eventos voltados à diversidade. Segundo a organização, a burocracia das grandes empresas dificulta a liberação de recursos, tornando a captação mais desafiadora.
Apesar dos desafios, o impacto da Feira Preta segue expressivo. Em sua última edição, o festival movimentou cerca de R$ 14 milhões, beneficiando diretamente 170 empreendedores negros e gerando 600 empregos.
Oportunidades para empreendedores e novas ações em 2025
Os empreendedores inscritos para a edição paulista seguem em curadoria para possível participação na edição baiana. Além disso, a organização negocia novos eventos ao longo do ano, ampliando oportunidades de negócios.
Em junho, a Feira Preta marcará presença no Women Music Event, promovendo uma feira com produtos e serviços de empreendedores negros.
Ingressos e reembolsos
Aqueles que já adquiriram ingressos para a edição de São Paulo serão contatados pela organização para solicitação de estorno do valor.
Feira Preta na Bahia: impacto e fortalecimento do ecossistema
A Feira Preta tem fortalecido o empreendedorismo e a cultura negra na Bahia por meio de diferentes programas. Em 2024, mais de 1.500 pessoas foram impactadas por iniciativas como o Feira Preta Cria, voltado para a formação técnica, criativa e emocional de profissionais negros.
A Embaixada Preta, em Cachoeira, se consolidou como um polo de inovação e coletividade. Apenas em 2024, foram realizadas:
- 70 atividades formativas e culturais;
- 5 edições da Feira Gastronômica Preta Degusta;
- Doação de 1.200 cestas básicas a 10 quilombos;
- 15 ações com instituições de ensino;
- 10 edições do Preta Sonora, promovendo artistas da cena musical local.
Compromisso com a economia negra
Apesar do adiamento da edição paulista, a organização reforça seu compromisso com o fomento ao empreendedorismo negro e a busca por novos modelos de financiamento.
“Seguimos firmes no compromisso de criar espaços de potência e visibilidade para o empreendedorismo negro, buscando novos modelos de financiamento e parcerias para garantir a continuidade do festival em sua plenitude, garantindo sua perenidade como uma das mais importantes plataformas de fortalecimento da economia negra”, afirma Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta.