Skip to main content

Nós entrevistamos o apresentador e repórter Felipe Solari, que produz o podcast Sistema Solari desde 2018 e também apresenta o WikiPod. O programa que leva seu nome, tem como lema conectar pessoas a novos pensamentos e modos de vida e traz um diferencial ainda pouco encontrado em outros no Brasil, o recurso de vídeo. Para saber mais sobre as motivações e inspirações de Solari para o podcast, leia a nossa entrevista:

ADNEWS: De onde surgiu a ideia de criar o Sistema Solari?

FELIPE SOLARI: O Sistema Solari surge de duas necessidades: Primeiro a necessidade de eu me comunicar, e depois a necessidade de uma plataforma pra que eu pudesse me comunicar. Então, o podcast ele aparece assim pra mim lá em 2018, em algumas pesquisas de internet e tudo mais. Ele aparece como uma ótima plataforma para que eu pudesse ter conversas mais profundas. Como a gente diz aqui, a gente conecta pessoas a novos pensamentos e modos de vida.

AD: Com anos de experiência em emissoras marcantes, como MTV, Record e TNT, como foi para você migrar para o mundo do podcast?

SOLARI: Essa transição é bem difícil, porque a lógica é toda diferente. O “terreno” da internet exige que você esteja atualizado com as novas tecnologias e com as novas gerações. Considero que fiz de novo uma faculdade… primeiro foi de Rádio e TV, em 2005, e, agora, de internet em 2020. Entender as ferramentas que o YouTube proporciona é fundamental para implementar um projeto como o Sistema Solari Podcast. TV e internet são muito diferentes e muito parecidas ao mesmo tempo. É preciso ter a sensibilidade de entender onde estão essas mudanças.

AD: Por que você optou por fazer podcasts com imagem? Qual a vantagem desse tipo de podcast?

SOLARI: Olha, eu costumo dizer que o podcast é tela em branco, né? Você pode pintar ela da maneira que você quiser, no podcast você pode fazer o que você quiser. E eu sou um filho da TV, assim, eu fiz rádio e TV, eu trabalho com audiovisual. Então, eu enxergo o podcast como algo audiovisual. Eu acho que o podcast pode estar num streaming, podcast pode estar na TV. Então essa é a maneira que eu enxergo, por isso eu implementei dessa maneira, que é a maneira que eu acredito.

AD: O Spotify já lançou a opção de assistir o podcast em vídeo na sua plataforma, você acredita que essa pode ser uma tendência e que as outras plataformas vão aderir esse formato também?

SOLARI: O Spotify já está correndo atrás de algo que não souberam explorar antes: o Podcast de vídeo. Nessa corrida, o YouTube é hoje a casa dos Podcasts. A manobra do Spotify de contratar o Joe Rogan é uma tentativa, mas essas grandes mudanças de costume do público é complexa. É difícil migrar pessoas de um aplicativo para outro. A remuneração do Spotify para produtores de conteúdo ainda é muito amadora, quase nula. Outras plataformas já oferecem mais possibilidades para um criador independente.

AD:  Em tempos de polarização, cultura de ódio e “cancelamento”, você não tem receio tratar com posições firmes temas polêmicos (como aborto) no seu podcast. Por quê? Como você enxerga isso?

SOLARI: Entendo minha profissão como um chamado mesmo. Ser comunicador é estar na frente de debates delicados. Foi assistindo Ricardo Boechat que entendi mais sobre meu sentido. O problema de um Tabu nunca é o TEMA e sim a sociedade que se esconde por trás desse Tema. Mas é possível tratar temas delicados de maneira respeitosa, didática… Onde até mesmo o cancelador pode acabar entendendo o que queremos dizer. Não é apenas o que estamos comunicando, mas COMO estamos comunicando.

Leave a Reply