O Google está reduzindo suas metas de contratação focadas em diversidade, juntando-se a um crescente número de empresas nos Estados Unidos que estão revendo ou abandonando programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A mudança foi comunicada aos funcionários em um e-mail na última quarta-feira e ocorre em resposta a uma ordem executiva do presidente Donald Trump que pressiona empresas contratadas pelo governo a eliminarem iniciativas de DEI. As informações são da revista Time.
Empresas do setor de tecnologia, como o Google, fornecem serviços para o governo federal, incluindo a divisão de computação em nuvem da companhia, uma parte essencial da sua estratégia em inteligência artificial. No relatório anual 10-K apresentado à Securities and Exchange Commission, a Alphabet, empresa-mãe do Google, removeu uma declaração anterior que reafirmava seu compromisso com a diversidade.
“Estamos comprometidos em criar um ambiente de trabalho onde todos os nossos funcionários possam prosperar e ter oportunidades iguais. Ao longo do último ano, revisamos nossos programas para garantir que estamos alcançando esse objetivo”, afirmou o Google em comunicado à Associated Press.
A mudança também ocorre logo após Sundar Pichai, CEO do Google, e outros executivos de tecnologia, como Elon Musk (Tesla), Jeff Bezos (Amazon), Tim Cook (Apple) e Mark Zuckerberg (Meta), comparecerem à posse de Trump. Empresas como Meta e Amazon já haviam reduzido suas iniciativas de DEI antes da cerimônia. Gigantes de outros setores, incluindo Disney, McDonald’s, Ford, Walmart, Target, Lowe’s e John Deere, também recuaram em programas similares.
A ordem executiva de Trump impõe sanções financeiras a contratados federais que implementarem programas de DEI considerados “ilegais”. Empresas que forem consideradas em violação poderão enfrentar pesadas penalidades sob a False Claims Act de 1863.
O Google tem buscado aumentar a diversidade em sua força de trabalho há mais de uma década, intensificando os esforços em 2020 após a morte de George Floyd. Na época, Pichai estabeleceu a meta de elevar a representação de grupos sub-representados na liderança da empresa em 30% até 2025. No entanto, os avanços foram modestos: a presença de profissionais negros na liderança subiu de 2,6% em 2020 para 5,1% em 2024; entre hispânicos, a taxa passou de 3,7% para 4,3%. Mulheres em cargos de liderança aumentaram de 26,7% para 32,8%.
A decisião do Google reflete um dilema enfrentado por muitas empresas que precisam equilibrar iniciativas de inclusão com pressões governamentais e riscos legais.