Morreu, na manhã desta segunda-feira (24), o jornalista e editor da Janela Publicitária, Márcio Ehrlich, aos 74 anos, vítima de choque séptico e falência múltipla dos órgãos. Ele deixa a esposa, Renata Suter, os filhos Lena e Leo, e o neto Guto.
Márcio Ehrlich foi um nome importante na comunicação publicitária brasileira. Iniciou sua carreira no campo do jornalismo especializado em publicidade em 1977, quando assumiu a coluna Janela Publicitária, que era publicada às sextas-feiras no jornal Tribuna da Imprensa. Na época, o mercado publicitário ainda passava por mudanças significativas, e Márcio logo se destacou pela forma irreverente e inovadora de abordar o setor.
Ao longo de sua carreira, Ehrlich se tornou uma figura multifacetada, atuando como jornalista, publicitário, cartunista, relações públicas, músico e ator. Formado em Psiquiatria pela UFRJ, Márcio sempre foi um entusiasta de diferentes áreas da comunicação, o que refletiu em sua trajetória diversificada. Sua primeira incursão na área da comunicação aconteceu em 1969, quando publicou sua primeira tira de quadrinhos, Sir Lancelot, no Tribuna da Imprensa. Esse trabalho foi um marco importante, especialmente em uma época em que a censura era predominante durante o regime militar.
Além de atuar como cartunista, Márcio também se destacou no rádio e na televisão. Em veículos como O Cruzeiro, O Pasquim, Jornal de Ipanema, e O Globo, ele comentou sobre publicidade, quadrinhos e videogames. No campo da TV, participou de programas de grande audiência, como Programa Intervalo na TV E, Programa de Domingo na TV S, e Propaganda & Mercado na TV Bandeirantes.
Sua carreira musical também foi relevante, com a formação da banda Ted, Al & Cid, que se apresentou em diversos espaços e programas de TV. Embora não tenha gravado discos, ele teve a oportunidade de ver sua trilha sonora para um desenho animado ser orquestrada pelo Maestro Paulo Moura, com participação de músicos como Wagner Tiso e Robertinho Silva.
No teatro, Márcio também teve participação significativa, com passagens por produções como Dólar, I Love You e Inspetor Geral. Ele também atuou em diversas novelas da TV Globo, como Pantanal, Malhação e Viver a Vida, além de outros papéis em produções da emissora.
No campo da publicidade, Márcio Ehrlich foi um dos principais articuladores do mercado carioca, atuando em diversas associações e contribuindo com o desenvolvimento do setor. Foi diretor da ABP (Associação Brasileira de Propaganda), da ABM (Associação Brasileira de Marketing) e presidente da AMPRO-Rio (Associação de Marketing Promocional). Também foi vice-presidente da Abracomp (Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda) e coordenador nacional do Prêmio Colunistas.
Com uma trajetória marcada pela inovação e pela criatividade, Márcio Ehrlich deixa um legado importante para o jornalismo publicitário brasileiro. Sua visão de mercado, seu trabalho nas diversas áreas da comunicação e seu compromisso com o desenvolvimento do setor permanecem como referências para a próxima geração de profissionais.
