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Se você tem ao menos trinta anos de idade, certamente executou com maestria a vinheta do Plantão da Globo, dentro da sua cabeça, somente ao ler o título deste artigo. Mas o que você provavelmente ainda não realizou é que está cada vez mais raro ver essa vinheta sendo tocada de fato na vida real — e os motivos para tal são variados.

O primeiro deles é bastante óbvio: assistimos a muito menos TV aberta hoje do que fazíamos décadas atrás, quando ela era o único veículo com vídeo. O segundo, como bem pontuou Sandra Annenberg em sua recente entrevista ao podcast Mamilos Café, é o fato de que temos canais de notícias 24 horas no ar (GloboNews e CNN) para furar os furos jornalísticos. Já o terceiro – e mais importante para nossa conversa — é que a internet simplesmente mudou o ritmo dos acontecimentos.

Mais do que isso até: a rede mundial de computadores transformou o jeito como nos conectamos com o mundo. E se o anúncio de um novo Papa ou o início de uma guerra sofrem para merecer uma vinheta ao vivo no maior canal do país, que dirá as mensagens de marcas com as quais trabalhamos todos os dias! Estamos falando sobre a hercúlea tarefa de obter (e reter) a atenção do nosso público-alvo, enquanto centenas de coisas estão acontecendo ao mesmo tempo.

Dentro de um cenário tão disputado e fragmentado, só existem duas formas de brilhar: ou você tem uma novidade que ninguém mais tem ou você tem uma mensagem poderosa.

Convenhamos que, em pleno 2024, ter algo único é bastante difícil; na verdade, você até por ter um diferencial, mas é muito provável que alguém o copie rapidamente. Ficamos, então, com a segunda parte da tarefa, que é conseguir desenvolver uma mensagem com um raciocínio mais próximo do único — algo realmente proprietário.

Afinal, em tempos quando, muitas vezes, nos resumimos a número de seguidores e engajamento, é fácil cair na armadilha do discurso à la story: aquele que dura só 24 horas. Comunicação é (e sempre foi) sobre consistência e posicionamento perene de marca, ainda que se tenham menos picos de campanha do que já tivemos nos tempos da, vejam só!, autossuficiência da TV aberta.

É necessário pensar no ecossistema de comunicação e de mensagens não mais como uma teia de ferramentas, mas sim como uma só casa. A partir do “o quê” é que pensamos nos “comos” e nos “ondes” — considerando que o famoso always on das redes sociais cresce muito em importância. Também precisamos de uma visão clara de tempos e movimentos de ativações que podem transformar uma régua de e-mails ou uma live em acontecimentos incríveis.

A verdade é que, ao contrário do que acontece na Globo, a chance de tocar a vinheta do plantão está hoje ampliada, não diminuída. Basta ter a mensagem certa, no meio correto e no momento adequado para, por ao menos alguns segundos, captar a atenção da pessoa desejada com algo muito melhor do que uma guerra. Habemus anuncium!

* Artigo produzido por Henrique Rojas, Chief Strategy Officer (CSO) da Peppery, empresa do Brivia_Group / Foto de capa: Divulgação/Globo

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