Comunidade Fantasma ou Ímã?

*Por Arnaldo Rabelo Todo publicitário conhece a sensação: construir uma comunidade de marca com milhares de membros, mas sentir que está gritando no vazio. O problema não está no tamanho…

Adnews

25.06.2025

Comunidade Fantasma ou Ímã?

*Por Arnaldo Rabelo

Todo publicitário conhece a sensação: construir uma comunidade de marca com milhares de membros, mas sentir que está gritando no vazio. O problema não está no tamanho da audiência – está na frequência com que ela realmente aparece.

A diferença brutal entre comunidades que funcionam e as que apenas existem se esconde em uma fração matemática simples. Uma proporção que separa espaços magnéticos de cemitérios digitais bem decorados.

O Termômetro da Relevância

DAU/MAU – a relação entre usuários ativos diários e mensais – é o raio-x da sua comunidade. De cada 100 pessoas ativas no mês, quantas voltam num dia típico? Comunidades de alta performance mantêm essa proporção entre 20% e 30%. Abaixo de 15%? Você tem visitantes ocasionais, não uma tribo.

Pense assim: uma comunidade B2B para CEOs pode funcionar com 12% (executivos têm agendas lotadas), enquanto creators precisam de pelo menos 25% para provar relevância real.

Quando os Números Gritam Socorro

DAU/MAU baixa é um diagnóstico cruel, mas preciso. Revela três feridas mortais:

  • Conteúdo genérico: Se sua comunidade serve para qualquer marca do setor, não serve para ninguém. Especificidade gera lealdade.
  • Experiência confusa: Membros perdidos desistem rápido. A arquitetura da informação importa tanto quanto o conteúdo.
  • Proposta invisível: Se você não explica em uma frase por que alguém deveria voltar todo dia, ninguém volta.

A Receita da Frequência

Seus membros mais engajados são o mapa do tesouro. Que discussões os magnetizam? Quais padrões se repetem entre os que sempre voltam?

Na prática: analise comportamentos com ferramentas como Mixpanel, entreviste mensalmente seus top 10% mais ativos, teste formatos baseados em dados reais.

Comunicação Que Fisga

Esqueça e-mails genéricos sobre “atividade na comunidade”. Funciona o que cria urgência genuína: “CEO da Nike respondendo perguntas pelos próximos 20 minutos” ou “Apenas 3 vagas para mentoria exclusiva”.

A diferença está entre empurrar presença e puxar pela curiosidade irresistível.

O ROI Escondido

Números não mentem: membros recorrentes têm 3x mais chance de virarem defensores da marca, geram 40% mais referências e possuem lifetime value (valor do ciclo de vida do cliente) 60% superior. Métricas de engajamento viram KPIs de receita.

A Verdade Inconveniente

A maioria das comunidades falha porque trata engajamento como acidente, não como arquitetura. Você não constrói magnetismo por sorte – projeta cada interação para que a próxima visita seja inevitável.

Sua comunidade é consultada diariamente ou existe apenas no papel? Os números revelam a resposta que você talvez prefira não ouvir.

*Arnaldo Rabelo é Consultor de Marketing de Comunidades, com mais de 20 anos de experiência, atendeu empresas como Grendene, Guga Kuerten Company e Universal Studios. Atuou em cargos de liderança no Instituto Ayrton Senna, Contém 1g e Klin Produtos Infantis. Tem MBA em Marketing pela FGV e em inovação e gestão pela PUC. Mentor do Founder Institute e Inovativa Brasil

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do veículo

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