LATAM estreia campanha criada integralmente com IA
A nova versão do modelo de inteligência artificial generativa de vídeo do Google, o Veo 3...
Mais de um século após o início da colonização japonesa, a língua Ainu, falada por povos indígenas do norte do Japão, está prestes a ganhar uma nova chance de sobrevivência…
Adnews
27.06.2025
Mais de um século após o início da colonização japonesa, a língua Ainu, falada por povos indígenas do norte do Japão, está prestes a ganhar uma nova chance de sobrevivência graças à inteligência artificial. Com apenas alguns falantes nativos restantes, o idioma é classificado como “criticamente ameaçado” pela Unesco. As informações são da BBC.
Projetos de preservação vêm usando tecnologias de reconhecimento e síntese de fala para digitalizar e reproduzir gravações antigas de histórias orais. Liderada pelo professor Tatsuya Kawahara, da Universidade de Kyoto, uma dessas iniciativas já processou entre 300 e 400 horas de áudio. As gravações, em sua maioria em fitas cassete, são oriundas de museus e arquivos culturais, como o Museu Nacional Ainu Upopoy e o Museu de Cultura Ainu de Nibutani.
Sem dados suficientes para aplicar modelos convencionais de reconhecimento automático de fala, os pesquisadores utilizaram um modelo “end-to-end”, que aprende a transcrever diretamente do áudio, sem conhecimento prévio da língua. A equipe também desenvolve sistemas de síntese vocal capazes de reproduzir o som da língua Ainu com entonação natural, embora ligeiramente acelerada.
Apesar dos avanços tecnológicos, membros da comunidade Ainu manifestam preocupação com possíveis erros e apropriação cultural. Maya Sekine, criadora de um canal de YouTube sobre a língua Ainu, afirma que é essencial que os próprios Ainu compreendam o idioma para identificar imprecisões: “As pessoas Ainu precisam conhecer a língua, para que possam entender o que é falso. Eu diria que é mais importante obter e verificar dados vivos”.
Kenji Sekine, pai de Maya e professor de Ainu, participa do projeto e considera a tecnologia uma ferramenta positiva para o ensino do idioma. As aulas ministradas por ele em Nibutani utilizam métodos visuais inspirados em práticas de educação indígena maori, da Nova Zelândia.
A revitalização da língua ocorre em um contexto de histórico apagamento cultural. A Ainu foi banida das escolas japonesas, e a população indígena enfrentou discriminação e marginalização. Somente em 2019 o governo japonês reconheceu oficialmente os Ainu como povo indígena. Segundo levantamento do governo de Hokkaido em 2023, 29% dos Ainu relataram ter sofrido discriminação.
Especialistas em linguística e tecnologia, como David Ifeoluwa Adelani, defendem que iniciativas de preservação devem ser conduzidas com a participação ativa das comunidades. “Os pesquisadores precisam obter consentimento e, depois, concordar sobre como os dados serão usados”, alerta.
Apesar das controvérsias, a geração mais jovem segue reinventando o idioma, criando novos termos como “imeru kampi” (relâmpago + carta) para designar “e-mail”. “A língua em si não será a mesma dos tempos antigos, mas tudo bem”, diz Kenji Sekine. “Toda língua é viva, vibrante — e está em constante mudança.”
A nova versão do modelo de inteligência artificial generativa de vídeo do Google, o Veo 3...
A Coca-Cola FEMSA iniciou, em 20 de junho, os testes de uma nova embalagem de papel para entregas, batizada de Coke-bag Delivery. A novidade está sendo avaliada em hamburguerias...
A marca de bebidas Liquid Death anunciou uma ação inusitada com o lançamento da linha “Infinite Ozzy”, uma edição hiperlimitada de chá gelado que traz DNA de Ozzy Osbourne em…
Aprenda algo novo todos os dias.
Assine gratuitamente as newsletters da Adnews.