O poder do “branding verbal” na saúde: como você soa?

Por Stanley Bittar

Quando se fala em branding, a maioria das pessoas pensa imediatamente em logo, cores, tipografia e design. Mas existe uma parte do posicionamento que é tão poderosa quanto e muitas vezes negligenciada: o branding verbal. E, na área da saúde, ele pode ser o que diferencia um atendimento técnico de uma marca inesquecível.

Branding verbal é tudo aquilo que você comunica com palavras sejam faladas ou escritas e que constrói a imagem que as pessoas têm de você. É o seu jeito de falar, de escrever, de responder uma dúvida, de apresentar um conteúdo ou até de conduzir uma consulta. E aqui está a grande sacada: mais do que o que você diz, importa como você diz.

Na medicina, isso é especialmente sensível. Imagine um paciente assustado diante de um diagnóstico ou inseguro em relação a um procedimento. O tom de voz do médico, as palavras escolhidas, a forma como a explicação é conduzida… tudo isso pode acalmar ou gerar mais medo. Pode empoderar ou fragilizar. Pode acolher ou afastar.

Se você quer construir uma marca forte na saúde, precisa começar a prestar atenção em como a sua clínica “soa”. Desde a recepção até o WhatsApp de agendamento, da legenda no Instagram ao vídeo explicativo, da conversa inicial ao pós-atendimento. Todas essas interações formam o que o paciente percebe como “sua marca”.

Clínicas que falam com linguagem acessível, empática e clara transmitem confiança e proximidade. Médicos que explicam com paciência, que evitam jargões desnecessários e que validam as emoções do paciente com palavras acolhedoras tornam-se referência, mesmo em um mercado concorrido.

Por outro lado, um discurso frio, impessoal ou excessivamente técnico cria uma barreira. O paciente não se conecta, não entende, não volta e, muitas vezes, nem indica. A percepção da marca, nesse caso, não é de excelência, mas de distanciamento.

É aí que entra o papel estratégico do branding verbal: alinhar a sua comunicação com aquilo que você quer que as pessoas sintam quando pensam em você. Quer ser lembrado como um médico acessível, moderno, humano e atualizado? Então sua fala, seus conteúdos e seus atendimentos precisam refletir isso. E precisa ser genuíno. Branding verbal não se inventa, se expressa.

Inclusive, no mundo digital, isso se tornou ainda mais crucial. Um post nas redes sociais é uma extensão da sua consulta. Um vídeo no Instagram pode ser a primeira impressão que alguém terá sobre você. E como dizem: a primeira impressão não dá segunda chance. Por isso, cada palavra importa. Cada frase constrói. Cada conteúdo, por menor que seja, contribui para a percepção da sua marca.

Uma boa prática é revisar seus últimos cinco conteúdos (vídeos, textos ou falas) e se perguntar:

• Essa linguagem é próxima ou distante?
• Está acessível para leigos ou presa a termos técnicos?
• Ela reflete meu posicionamento atual ou transmite outra imagem?

O branding verbal não está apenas no que é dito. Está também no que é ouvido. E, na saúde, ouvir é parte essencial da comunicação. Médicos que escutam com atenção, que demonstram empatia pelas palavras e que respeitam o tempo do paciente fortalecem vínculos, criam confiança e constroem reputação.

Portanto, da próxima vez que for escrever uma legenda, gravar um vídeo ou atender uma ligação, lembre-se: sua voz, seu vocabulário e seu jeito de falar também são marketing. Eles também constroem sua marca. E talvez, mais do que um logo bonito ou um feed organizado, o que realmente fará você ser lembrado será a forma como as pessoas se sentiram ao te ouvir.

Na medicina, a palavra tem poder. E, quando usada com intenção, ela cura antes mesmo da prescrição.

Stanley Bittar é médico com mais de 20 anos de experiência em cirurgia plástica e medicina estética. Também atua como empresário, palestrante, autor e mentor. É fundador e CEO da Stanley’s Holding, que reúne diferentes frentes de atuação na área da saúde, incluindo a Stanley’s Hair — a maior rede de clínicas de transplante capilar do mundo.

Seu propósito sempre foi democratizar o acesso ao transplante capilar, tornando o procedimento mais acessível e eficiente. Também é fundador da Stanley’s Edu, onde atua como professor e mentor em cursos de pós-graduação voltados à medicina capilar.

Fora do ambiente profissional, Stanley é apaixonado por educação, inovação e pelo desenvolvimento de novos negócios. Piloto da AMG Team, cultiva um entusiasmo de longa data pela Fórmula 1. Além disso, gosta de jogar tênis, viajar e dedicar tempo à família.

* Este texto não reflete necessariamente a opinião do veículo