Que o cantor Renato Russo é um dos mais conhecidos da história do Brasil, todos sabem, mas você conhece o acervo dele?
Cerca de 6 mil itens estão alojados em uma sala com apenas 65 m², mas com valor cultural enorme. Dentre os itens, estão manuscritos, instrumentos musicais, roupas, pôsteres, móveis e quadros.
Com tal material, é possível conhecer melhor o lado pessoal do artista da banda Legião Urbana. Pois, os diários permitem descobrir o humor do artista no momento da escrita, mas principalmente sua linha de raciocínio e a evolução criativa.
Dessa forma, é possível notar que a letra de uma de suas mais famosas músicas, “Eduardo e Mônica”, era bem diferentes. A princípio, a canção era mais extensa e incluía passagens, como uma viagem à Índia, mas acabaram excluídas no texto final.
Pelos diários ainda, que são cadernos universitários com espirais, Renato exibia sua afiada conexão com o mundo do rock estrangeiro. O artista menciona bandas como Buzzcocks e Public Image Ltd.
Além disso, Renato usava a literatura como fonte de inspiração (Rimbaud, Auden, Bukowski), enquanto se apoiava na espiritualidade e na astrologia, com citações de mapa astral e holística.
A profissional responsável pelo manuseio dos itens e o processo de catalogação é a historiadora e museóloga, Renata Tsuchiya. De acordo com Renata, cerca de 90% do material já foi examinado e classificado.
Documentário e minissérie sobre Renato Russo estão em produção
Após os filmes, “Faroeste Caboclo” (2013) e “Eduardo e Mônica” (sem data de estreia por causa da pandemia), a produtora Bianca De Felippes, da Gávea Filmes, prepara um documentário e uma minissérie a partir do acervo do cantor e compositor.
“É um material fascinante, rico, que traduz muito da mente efervescente de Renato”, comenta a produtora da Gávea Filmes.
