Skip to main content

The Batman finalmente chegou aos cinemas brasileiros na última quinta feira, dia 3 de Março. Depois de quase 3 anos com os questionamentos sobre a escalação de Robert Pattinson no papel do homem morcego, a produção dirigida por Matt Reeves chega com os dois pés na porta.

The Batman é a história definitiva do homem morcego nas telonas?

Desde que o primeiro filme do Batman foi lançado nos cinemas, muitos fãs do personagem discutem a abordagem e o tom certos para adaptar suas histórias. Com poucas produções tendo explorado o lado mais detetivesco de um herói que se originou em uma história chamada “Detective Comics”, muitos apostavam que o tom investigativo era o caminho certo a ser seguido.

Aparentemente, Matt Reeves ouviu os fãs e entregou a história de mistério que tanto pediram durante anos. The Batman conta com um tom noir que já era esperado após diversas declarações do diretor e dos próprios atores, mas sem deixar de lado aquilo que os quadrinhos trouxeram em quase 1 século de histórias. Muito pelo contrário, o cineasta percebeu como essas histórias andam lado a lado com a temática.

Não só focado na trama de suspense (com até certos toques de terror) envolvendo o vilão do filme, o Charada vivido por Paul Dano, o filem também funciona como um estudo de personagem. Talvez, essa seja a área onde The Batman mais acerte tanto como filme quanto como adaptação, ao entender, trabalhar e desenvolver o herói e seu lado humano, além de seu aspecto psicológico.

Mesmo que em produções anteriores do personagem tenham passado pelo psicológico de Bruce Wayne, como a excelente trilogia de Christopher Nolan ou por incrível que pareça, Batman Eternamente, nenhum deles chega tão perto assim do lado mais perturbado do herói. Nesse filme inclusive, poucas vezes vemos Bruce em ação, é como se ele fosse o Batman quase que 100% do tempo.

Com o tempo de tela do homem morcego maior do que nunca e a direção de Reeves sempre focando no rosto do personagem, principalmente nos olhos, a maior ferramenta de atuação de Pattinson ao atuar, temos a versão mais intima do vigilante mascarado. A própria escolha de fazer um Batman inexperiente, que só está na ativa a 2 anos, ajuda a pavimentar melhor o caminho para um auto descobrimento por parte do protagonista.

Toda a narrativa do filme, além de uma trama de investigação sobre um assassino em série matando a elite da cidade, também é sobre a compreensão da importância do Batman em seu mundo e do legado da família Wayne. Todo o desenvolvimento de Bruce, desde o inicio em que ele se intitula como a vingança encarnada, até sua compreensão de que ele também pode ser um símbolo de esperança, não apenas de medo, se torna o ponto central do filme e mostra que Matt Reeves entendeu a essência do personagem como ninguém.

É como se esse Batman ainda não tivesse se encontrado dentro de um Gotham City infestada por corrupção. A narração que dá inicio a trama, outro elemento clássico dos filmes noir, deixa claro a cidade com a qual vamos lidar o filme inteiro. Diferente da Gotham de Nolan, que era mais uma cidade comum, essa aplica o “realismo fantástico” citado pelo diretor em entrevistas.

Gotham em The Batman se assemelha muito a apresentada nos jogos da série Arkham, muito popular entre os fãs do personagem. Quase sempre a noite, e quando está de dia, sempre chovendo. Os mais próximos das histórias também vão reconhecer os prédios altos e a arquitetura gótica que sempre foi marca da cidade, além da pouca iluminação com excessão as fortes luzes de neon.

Tudo isso serve para criar uma atmosfera única ao filme, aliada com a trama intensa que cumpre bem com as 3 horas de duração do longa, nunca deixando parecer que nada está acontecendo em tela. Os personagens, que não são poucos aqui, também tem seu tempo de tela para brilhar, sejam vilões ou aliados do herói.

O destaque começa pelo próprio vilão da trama, o Charada. Particularmente, meu maior medo em relação a nova versão do personagem era que transformassem um antagonista com tanto potencial em mais um serial killer genérico. Ainda assim, as inspirações em assassinos como o matador da vida real conhecido como “Zodíaco” mais serviram de base do que uma apropriação. Os trejeitos e enigmas clássicos do Charada continuam vivos no filme.

Não só isso, mas vilões como o Pinguim, que aqui é vivido de forma irreconhecível por Colin Farrell, também tem destaque, tanto por sua importância na trama (que abre espaço para série que o antagonista vai ganhar no HBO Max), quanto pelo carisma. Não só isso, mas um nome pouco comentado durante o marketing do filme também brilha bastante: Carmine Falcone, interpretado por John Torturo.

E claro, um nome não poderia ser deixado de lado: Zoe Kravitz. A nova Mulher Gato é uma versão chega mais próxima da fidelidade que suas versões anteriores. Ainda assim, os elogios que podem ser dados para nova Selina Kyle dos cinemas vão além de comparações ao material original. Não só a trama própria da ladra é interessantes, como Kravitz também prova que é um nome para ficar de olho entre as atrizes em ascensão.

Por mais que alguns nomes da mitologia do herói acabem ficando um pouco apagados em The Batman, como o clássico mordomo Alfred, o filme é claramente uma apresentação do herói, mas sem se tornar uma história de origem batida. Em um longa que explora lados do vigilante nunca vistos antes, a produção prepara terreno para novas histórias do homem morcego com um homem morcego que até então deve ser considerado por muitos a melhor adaptação para as telonas até agora.

Os ingressos para The Batman estão disponíveis para compra online. Não deixe de conferir o trailer do filme para ir com as expectativas nas alturas caso não tenha visto o filme ainda:

Leave a Reply