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A publicidade tem o poder de provocar reflexões profundas e contribuir para mudanças sociais, especialmente quando utiliza sua criatividade para abordar questões sensíveis e urgentes, como o racismo. No contexto do Dia da Consciência Negra, campanhas publicitárias desempenham um papel essencial ao destacar a luta pela igualdade racial, valorizar a cultura negra e confrontar preconceitos que ainda permeiam a sociedade.

A seleção de 10 campanhas que apresentamos reflete a diversidade de abordagens criativas utilizadas para tratar desse tema tão sério. Com narrativas que vão da sensibilização por meio de dados chocantes até mensagens poéticas e emocionais, as campanhas exploram diferentes formatos e argumentos, seja pela provocação direta ou pelo reforço de referências positivas.

Essas iniciativas são um lembrete poderoso de que a criatividade, quando bem direcionada, pode ser uma ferramenta transformadora, ajudando a jogar luz sobre problemas históricos, amplificar vozes antes silenciadas e inspirar atitudes que promovam a justiça e a igualdade.

BLUESMAN

Este marcante trabalho da AKQA para o rapper Baco Exu do Blues aborda com sensibilidade as múltiplas facetas do racismo no Brasil.A narrativa provoca reflexão do início ao fim, desde o impacto do silêncio que se segue à fala de uma criança negra ao expressar o sonho de ser médico, até o poderoso desfecho que revela o motivo pelo qual um homem negro estava correndo. Realizado em parceria com o Coala Festival e Stink Films, o curta é uma criação de grande relevância e merece reconhecimento pelo impacto que causa.

Thiago

“O risco de Thiago ser assassinado é quase 3 vezes maior que o de outras crianças.

Só que Thiago não sabe disso.

Nem desconfia que não vai chegar aos 18 anos.

Só sabe que as pessoas olham para ele de um jeito diferente.

Ou desviam o olhar quando ele passa.

Mas por que justo o Thiago?

Por que ele não tem os mesmos direitos que as outras crianças?

A resposta é simples.

Porque ele não tem a mesma cor de pele do menino desta foto”

Poder do Afeto

Em 2022, a Globo destacou o poder do afeto. A campanha foi pensada e desenvolvida a partir da soma de forças criativas de contadores de história negros e negras do Entretenimento e de Marca e Comunicação.

Imagine um mundo sem ódio

Martin Luther King Jr. foi um ícone na luta pela igualdade racial nos Estados Unidos. Harvey Milk dedicou sua vida à defesa dos direitos da comunidade LGBTQ+ no país. Daniel Pearl destacou-se como um dos jornalistas mais renomados de sua geração. John Lennon é lembrado como um símbolo da paz mundial, assim como Yitzhak Rabin, vencedor do Nobel da Paz em 1994. Todos eles tiveram suas vidas interrompidas de forma trágica. Todos foram assassinados. A Publicis Kaplan Thaler trouxe esses nomes de volta – assim como o de Anne Frank, a jovem que registrou os horrores do nazismo em seu diário – em uma campanha que celebra os 100 anos da ADL (Liga Anti-Difamação).

Cérebro

Um anúncio da Comissão para a Igualdade Racial, premiado com o Leão de Ouro na categoria Press no Cannes Lions de 1996. Desenvolvido pela Saatchi & Saatchi do Reino Unido, a peça afirma: todos os cérebros têm o mesmo tamanho, exceto o do racista…

Fronteiras para igualdade?

Campanha poderosa da Nike lançada em um período que Donald Trump estava em ascensão nos EUA.

Papai Noel

“Com tanto Papai Noel no mundo, por que nenhum era como eu?”. Filme sensíveld e OBoticário assinado pela Almap:

No tempo do Vini Jr.

Em 2023, a Vivo reforçou seu posicionamento antirracista no Mês da Consciência Negra com o projeto “Alegria Preta”, unindo celebração à discussão sobre vieses raciais em IA, em campanha protagonizada por Vini Jr. e criada pela Africa Creative, Spark e Coração da Selva.

Ofensas

A Uber convidou os usuários a serem aliados no combate ao racismo. Em uma campanha recente, a plataforma promoveu conteúdo educativo dentro do próprio app para conscientizar as pessoas. Na primeira etapa, peças físicas em pontos de ônibus, relógios de rua e posts nas redes sociais exibiram frases racistas relatadas por motoristas parceiros e usuários do app.

Na segunda fase, uma série de vídeos mostrou, de maneira mais didática, como esses exemplos faziam parte do racismo estrutural e por que ter consciência disso era importante para ajudar a mudar essa realidade. Os vídeos foram distribuídos dentro do aplicativo da Uber para 23 milhões de pessoas – 22 milhões de usuários e 1 milhão de parceiros.


Errata
Alaíde Costa é uma das mães da Bossa Nova, mas nem todos a conheciam. Por décadas ela teve pouco espaço e escutou que negro só devia cantar samba. Mas nada disso a fez mudar de caminho. Em uma campanha que faturou até Grand Prix no Cannes Lions, a Johnnie Walker jogou luz sobre a cantora em uma ação assinada pela AlmapBBDO.