Vários negócios estão sendo tremendamente afetados com a pandemia. Eventos, restaurantes, bares, salões de beleza e tantos outros. Os cinemas então, mais do que qualquer outro, entraram como vilão da história. Não importava que as salas seguissem todos os protocolos, as pessoas permanecessem de máscara, etc. Estava tudo certo ir ao bar, andar de avião (lotado) ou permanecer colado na praia. Mas o cinema era um problema. Difícil de entender. A diferença é que as pessoas se acostumaram a ver um filme no celular. E, infelizmente, não conseguem compreender a experiência de ver um filme nos cinemas. Isso sem contar a pirataria, que corre solta, e todo mundo acha normal. Difícil de entender!
E os resultados disso começam a ser sentidos. No início de março, com o novo início da fase vermelha, o Belas Artes, de São Paulo, fechou. O cinema super tradicional e querido dos paulistanos só deverá reabrir quando a situação mudar efetivamente. André Sturm, presidente do Grupo Belas Artes, falou sobre isso em sua página no Facebook. “Tomamos a decisão de não reabrir o Belas enquanto parte importante da população não estiver vacinada. O abre e fecha tem sido catastrófico.”
Essa semana, ficou clara a situação desesperadora de outro cinema tradicionalíssimo do estado. O Cine Roxy, de Santos, completou 87 anos no último dia 15. É uma bela lembrança de minha infância. Foi o primeiro cinema que fui na vida, e onde vi todos os grandes clássicos da Disney. Há alguns anos, a sala enorme, por onde eu adorava correr antes do filme começar, foi dividida em cinco. Ajuste aos novos tempos.
Mas agora a situação está realmente feia. Pelo que se sabe, desde o final do ano, com poucos grandes lançamentos, o complexo de salas vem correndo o risco de fechar as portas para sempre. Ele está há oito meses sem pagar aluguel do local estratégico onde está há tanto anos. Segundo o diretor Toninho Campos falou sobre o assunto em entrevista ao jornal A Tribuna. ” Ficamos de março a outubro com faturamento zero. Quando reabriu a taxa de ocupação não chegou a 10% do normal. Isso causou do o tipo de dificuldades, não tivemos como fazer frente aos compromissos. É preciso compreensão, colaboração, e muita luta”.
Eliane Munhoz
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