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O que seria de todos nós latinos que vivemos de sonhos e de solucionar problemas em dez, quinze, vinte, às vezes em trinta segundos, se não fosse por uma mirada que há 26 anos vem salvando o melhor da publicidade latina, e porque não dizer que salvou, está salvando e seguirá salvando, o melhor da publicidade mundial.

O El Ojo conquistou o que apenas a paz foi capaz de fazer na Alemanha no final dos anos 80, o muro foi derrubado, o limite entre o Oi, Hola, Hello, Salud, Hallo, Ciao já não existe mais, a mirada mais exigente entre todas as miradas, porque é a única capaz de transpassar paradigmas e separar alma e espírito, do que é ou não é publicidade.

A vigésima sexta edição do El Ojo foi emblemática, marca um novo começo para uma das gigantes da publicidade mundial, será impossível contar a história da publicidade sem falar de Y&R, J. Walter Thompson e Wunderman, assim como também será impossível seguir a história da publicidade sem pensar em VML.

O festival dessa vez imortalizou dois gigantes que muito fizeram e que representam em suas trajetórias, o que é ser latino, Toni Segarra e Ana María Olabuenaga, que no mínimo, merecem um minuto de respeito. Toni Segarra e Ana María Olabuenaga são a essência de como pensar como latinos, sem se “contaminarem” com os achismos de tendências gringas, o que pode ser muito bom para eles, mas não pra gente, como dizem no Brasil, “cada um no seu quadrado”.

O El Ojo marcou o surgimento de uma nova categoria que nasceu com o objetivo de mostrar ao mundo as melhores estratégias da região, no que diz respeito a saúde e fármacos, além de abrir os caminhos estratégicos, sem perder o fio da criatividade de como vender com objetivos reais na categoria comércio, o famoso trade ou o popular varejo brasileiro.

Todos que tiveram a oportunidade de presenciar a olho nu a nata da criatividade latina para o mundo pode saciar-se de um banquete criativo, desde um compromisso social de uma marca de cerveja que usou outdoor, não para vender como todos seus competidores fazem, mas para ser parte da vida da gente com a campanha “Bottle Tiles”.


Um chamado de atenção não apenas no Equador mas para todo o mundo, foi um exemplo que somos responsáveis como nossa comunidade e somos responsáveis como comunicadores, publicitários, marqueteiros em educar, informar e não apenas em vender, porque no final a venda é o fim, porém o meio é responsabilidade nossa, e um assunto tão duro e real não pode ser deixado de lado, mesmo que esteja acontecendo debaixo dos olhos de Deus.


Agora, o que todos podem pensar antes de propor uma nova ideia a um cliente é “essa ideia, passaria pela prova do churrasco?” e foi a pergunta interior que todos levaram pra casa depois da palestra do Bernado Romero que simplesmente, destruiu todos os paradigmas de “minha ideia é a melhor” ou “essa ideia ganha prêmio”, porque antes de pensar em tudo isso começaremos a pensar, “Essa ideia vai ser assunto no churrasco do bairro?”. Um bom exemplo de uma ideia que seguramente passou pela “prova do churrasco” é a “Burger, Burger, Burger, Buerger” de Burger King, uma ideia que sempre esteve na mesa do cliente, porém foi preciso anos para que alguém olhasse a solução na mesa de quem sempre entrega os problemas.


O Chile nos mostrou com a brilhante campanha “Nosotros no escribimos esta campaña” para NOT MILK, quando dentro de um mar de problemas judiciais com a luta entre marcas de leite, o time criativo decidiu transformar o texto de acusação no texto de campanha.

Aos olhos de Deus também existem milagres e não apenas vergonhas, e foi o que mostrou a melhor campanha do Centro Caribe “Heaven Fish” que uma vez mais, transformaram um possível problema em uma solução sustentável e social, mostrando que a responsabilidade casada com a criatividade estratégica, pode mostrar infinitos caminhos para que o mundo possa ser um lugar menos pior.


O Brasil mais uma vez mostrou a força que temos como criativos, e se El Ojo fosse um campeonato de fisiculturistas cerebrais, com certeza o “Arnold Classic” seria nosso. Em meio ao sonho impetuoso e frustrante em trazer a sexta estrela no peito de nosso escrete verde amarelo, a Budweiser junto com o verdadeiro Time Brasileiro da Copa no Catar, em meio a todos os problemas de negócios da marca, conseguiram dar a volta por cima e trouxeram as Bud pra casa, não para a nossa, mas para nosso vizinho amigo.


E falando do nosso vizinho, enquanto desfrutava das Buds, foram ainda mais longe com o compromisso que possuem com a gente, com as pessoas, com quem realmente espera algo e nunca tem. Um esporte e uma categoria tão relacionada com cerveja mostrou que o futebol também pode ajudar, pode ser diferente, pode ser inclusivo e comprometido com a sociedade e foi o que mostrou o Racing Club, com uma ideia tão simples que voltei pra casa com um sabor de “inveja boa”, porque realmente essa ideia além de simples, linda, é realmente boa, mudar os nomes dos jogadores nas camisas do clube para mostrar para todo um país o que vive uma pessoa com Alzheimer, é para poucos, e não apenas a agência está de parabéns em propor a ideia, mas o cliente merece ser aplaudido de pé por aprovar e por a ideia em campo.


Bem, podemos dizer que vivemos o El Ojo além do que deveríamos, é nossa “Copa América” é a nossa “Libertadores” e sim, o El Ojo além de nos proteger, nos liberta a cada ano. Que venham mais e mais El Ojos e seguramente, nos veremos em Buenos Aires em 2024.

Fernando Fernandes e Pablo Jove

Os dois criativos trabalham juntos como dupla, lideram uma das agências com a maior trajetória criativa da Bolívia. Os dois lideram a agência boliviana, Athos, que foi responsável pelo único Ojo Clássico da Bolivia, no El Ojo 2023, com a campanha “Banco de Donantes de Bolivia” , além disso, juntos somam mais de 20 anos trabalhando no mercado publicitário, com passagens pelo mercado brasileiro, latino, americano e espanhol, ambos somam reconhecimentos internacionales em El Ojo de Iberoamérica, El Sol, FIAP, também jurados em festivais de peso para o mercado como EFFIE LATAM, FIAP e El Ojo de Iberoamérica.

 

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Adnews

 

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