COMO COBRAR SEM SUFOCAR
Cobrança eficaz em agências depende de equilíbrio entre clareza, autonomia e reconhecimento, evitando transformar pressão em ambiente tóxico.
No mundo pandêmico, o consumidor está cada vez mais interessado em escutar as marcas em suas propagandas sobre clientes, funcionários e comunidade
Adnews
07.10.2021
Durante muito tempo, a comunicação entre empresas e consumidores era pautada basicamente por um monólogo: a marca falava e o consumidor ouvia. A transformação digital impactou diretamente no comportamento desse consumidor que, com amplo acesso à internet passou a ter mais autonomia. Hoje, está em suas mãos o poder de conhecer novos produtos, pesquisar e comparar preços, bem como de decidir o que comprar, como comprar e em que canal comprar.
Esse empoderamento também o deixou mais consciente das suas escolhas, analisando não somente o produto ou serviço que vai adquirir, como o posicionamento e os valores das marcas com a qual está se relacionando. Não se trata mais de vender e comprar, mas sim de criar relacionamentos duradouros. Para se adaptar a essa nova dinâmica de comportamento do consumidor, sai de cena o antigo monólogo e entra o diálogo. Com ele, as marcas se aproximam do seu público e criam essas conexões mais humanas e verdadeiras.
Segundo o estudo Inside Advertising, da Kantar IBOPE Media, parceira estratégica da ABA, divulgada em maio de 2020, durante o período mais agudo da pandemia no ano passado, mais de 70% das pessoas desejavam que as marcas falassem em suas propagandas sobre o que fariam para apoiar seus funcionários (78%), clientes (71%) e comunidade (75%). As Relações Governamentais vêm desempenhando um papel estratégico com a necessidade de mudar a abordagem das comunicações das marcas e trabalhar a responsabilidade social para com o poder público, os clientes e os stakeholders.
A pandemia também acentuou a força das redes sociais como um espaço democrático para que os indivíduos se expressem e se relacionem com as marcas, participando de discussões e compartilhando experiências. Segundo o relatório Tendências e Previsões de Mídia para 2021, que reúne os principais insights de estudos da Kantar no último ano, o papel das mídias sociais no movimento de ativismo das marcas é claro: 78% dos consumidores usam as redes como fonte para consumir notícias e informações. Os estudos de CrossMedia da consultoria também apontam que esse pode ser o meio com melhor custo benefício para a publicidade, com oportunidades criativas para uma mensagem se disseminar e ser amplificada.
Porém, ao dialogar ao mesmo tempo com um exponencial número de pessoas é preciso repensar o marketing para criar conexões pautadas pelo afeto e não somente por vantagens comerciais. No livro da ABA em parceria com a Editora Leader, “Reputação – os consumidores compram reputação e não produtos”, Sandra Martinelli, presidente executiva da Entidade, lembra que “para um anunciante, gerenciar a reputação é uma tarefa hercúlea, considerando a era de transparência radical e o escrutínio em tempo real a que estamos submetidos.” Ela reforça o importante papel do marketing em “ser um agente de inovação orientado a revolucionar o mercado em termos que não se limitam ao comercial-transacional, podendo influenciar mentes e corações por meio da introdução de ideias, princípios e comportamentos capazes de tornar o mundo mais solidário, cooperativo, inclusivo, respeitoso e integrado.”
Principalmente nesse momento em que passamos por uma revisão em relação ao que de fato é necessário, a união de esforços entre marketing e governança corporativa se faz ainda mais relevante a fim de que haja sincronicidade entre essência, causa, propósito e tudo aquilo que deve envolver a marca. Usar a criatividade e as estratégias do marketing para ser relevante é o caminho das pedras para construir diálogos humanos, verdadeiros, pautados no respeito e, por consequência, fortalecer o brand equity.
Cobrança eficaz em agências depende de equilíbrio entre clareza, autonomia e reconhecimento, evitando transformar pressão em ambiente tóxico.
A nova fronteira da inteligência artificial não é a eficiência, mas a criação de vínculos emocionais com usuários por meio de companions.
Por: Vinícius Monteiro
À primeira vista, absolutamente nada. De um lado, um festival internacional que mais parece um retiro criativo no coração da península de Yucatán, no México. Do outro, vídeos virais de um vendedor brasileiro que anuncia carros em péssimo estado com humor e zero filtro. Mas, olhando com atenção, o Paradiso Festival e o Feirão de Carro Ruim do Edinho compartilham a mesma essência: a espontaneidade como motor criativo.