Por: Tatiana Pezoa
O mês de agosto foi tomado por manchetes sobre novos modelos de inteligência artificial. GPT-5, Llama 4, Claude 4… cada gigante tentando superar o outro em capacidade, velocidade e custo. Mas, enquanto todos olham para essa corrida, uma disputa ainda mais transformadora já começou — silenciosa, mas explosiva: a corrida pelos companions.
Se você ainda não ouviu falar, companions são IAs com personalidade própria. E já conseguem criar vínculos emocionais reais com seus usuários. Não são só assistentes: aprendem sobre você, lembram de conversas, adaptam o tom, os gostos e até as manias.
Quer prova do poder disso? A Grok, de Elon Musk, lançou no Japão um companion no formato de personagem anime. O resultado: primeiro lugar na App Store em questão de dias. A Meta também não ficou atrás e trouxe ao Brasil seu app Meta AI, prometendo uma experiência mais pessoal e integrada ao dia a dia. Essas iniciativas são só o começo. E não tenha dúvida: todos os grandes players vão correr para esse lado.
Quer números? Segundo a TechCrunch, apps de companion já ultrapassaram US$ 221 milhões em gastos de consumidores até julho de 2025. Um mercado que cresce não apenas porque entrega utilidade, mas porque entrega companhia.
Mas atenção: tamanho não é documento e tecnologia não garante vitória. Startups menores, mais ousadas e rápidas podem roubar a cena dos Big Techs.
O diferencial estará no carisma, na presença e na conexão emocional que cada companion conseguir gerar.
Por que isso mexe com pessoas e marcas
Apesar dos exemplos acima estarem mais ligados ao universo de companions de relacionamento, é importante entender: o impacto vai muito além disso.
Marcas tradicionais também terão sua vez. E não em futuro distante. Em breve, o anfitrião da sua marca não será um vendedor, um SAC ou um chatbot engessado. Será um rosto, uma voz e uma personalidade que recebem o cliente, entendem seus desejos e conversam como um ser humano faria.
A gente confia em quem nos ouve sem julgar, entende o contexto e não desaparece quando precisamos. Um companion bem desenhado faz exatamente isso.
No varejo de moda, por exemplo, não é só dizer o preço: é sugerir combinações, lembrar do caimento que você gosta e do que já tem no armário. Como uma amiga de compras 24/7.
E o prazo para isso acontecer? Mais rápido do que a gente pensa. No ritmo atual, até o fim de 2025 veremos companions capazes de sustentar relacionamento (não só respostas) em segmentos como varejo, serviços financeiros leves, educação continuada e bem-estar.
Quem começar agora chega lá com segurança e afeto. Quem esperar, corre o risco de perder espaço não por preço ou qualidade, mas porque o cliente preferiu o jeito que o companion do concorrente o tratou.
Conexão antes de conversão
Se a IA é o cérebro, você é o coração dessa história. Companions não vêm para substituir afeto. Vêm para amplificar cuidado, presença e utilidade.
Quem lidera marcas hoje tem uma oportunidade rara: modelar relações digitais que façam bem às pessoas e que, por isso, façam bem também para os negócios.
Quer experimentar? Comece com uma pergunta simples ao seu público: “Como você gostaria que a nossa marca te acompanhasse?”
Com essa resposta em mãos, construa a companhia com a tecnologia que for. Mas construa com respeito, com constância (porque as pessoas mudam) e, por que não, com alegria de fazer.
Porque a próxima grande disputa da IA não é por eficiência. É por conexão humana.
Tatiana Pezoa | MNV.ai