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Ei, você. Acha que conseguiria ficar sem internet em casa? Enquanto no Brasil, a banda larga é a primeira coisa que a gente providencia quando compra ou aluga uma casa, no Reino Unido, até um milhão de pessoas podem ter cancelado suas assinaturas de internet no ano passado por conta do aumento do custo de vida! O dado curioso foi divulgado em uma pesquisa da Citizens Advice.

A instituição de caridade disse à BBC que aqueles que estão passando dificuldades poderiam ter se beneficiado de tarifas sociais ou pacotes especiais de baixo custo, mas a população parece não ter tido acesso à essas informações.

O Watchdog Ofcom, autoridade governamental britânica para as indústrias de radiodifusão, telecomunicações e correios, alertou que 4,3 milhões de pessoas qualificadas estão deixando de ter internet em casa. O governo diz estar incentivando a adoção de tarifas sociais, trabalhando com a Ofcom e a indústria para introduzir uma variedade de produtos no mercado que atenda a todos os perfis de uso e renda.

No entanto, a Ofcom constatou que a adesão às tarifas sociais permaneceu muito baixa, embora tenha quadruplicado desde janeiro do ano passado. Apenas 5% dos elegíveis optaram pelo benefício.

A internet banda larga está disponível em 99% do Reino Unido e custa a partir de £ 10 (R$ 61,38) por mês. Um verificador de elegibilidade, para simplificar o processo aos requerentes de benefícios que se inscrevem em tarifas sociais, foi introduzido nos provedores Sky e Virgin Media, os principais em funcionamento no país atualmente.

Em sua pesquisa, realizada com 6 mil pessoas, o Citizens Advice sugere que aqueles que recebem Universal Credit tiveram seis vezes mais chances de parar de gastar com banda larga nos últimos 12 meses, em comparação com os que não recebem. A instituição teme que o problema possa piorar com as pessoas reivindicando tarifas sociais, com quatro vezes mais chances de atrasar as contas de banda larga.

De acordo com a Ofcom, um em cada três lares do Reino Unido teve problemas para pagar seus serviços de comunicação e pediu às empresas que melhorassem a promoção das tarifas. No entanto, Dame Clare Moriarty, diretora executiva da Citizens Advice, disse que o órgão de vigilância precisa “manter os pés das empresas no fogo” para melhorar sua aceitação.

“As pessoas estão perdendo o acesso à internet em um ritmo preocupante. As tarifas sociais deveriam ser a rede de segurança do setor, mas a abordagem atual das empresas para fornecê-las e promovê-las claramente não está funcionando. As pessoas que perdem, e são mais propensas a se desconectar”, explica.

Outros ativistas concordam que o acesso à internet é agora um utilitário vital e essencial para a vida cotidiana. As pessoas que não podem pagar pelos dados podem enfrentar problemas, como gerenciar benefícios, candidatar-se a empregos ou se beneficiar de ofertas online, o que agrava ainda mais sua difícil situação financeira.

O governo afirma que a equipe do seu centro de emprego “envia regularmente aos requerentes informações relevantes sobre tarifas sociais, e os requerentes podem acessar computadores para busca de trabalho em seu centro de emprego mais próximo”, e também aponta uma série de medidas tomadas para ajudar aqueles que acham difícil pagar pela banda larga. Neste mês, após negociações com o governo, os líderes das principais operadoras de banda larga e móvel concordaram com um conjunto de compromissos públicos para apoiar clientes com dificuldades para pagar suas contas.

Mas, os ativistas da Digital Poverty Alliance ecoaram as preocupações do Citizens Advice e disseram que, embora a adoção da tarifa social esteja “melhorando lentamente”, ainda está muito abaixo dos níveis necessários para garantir que todas as famílias sejam reincluídas digitalmente.

“Para famílias em situação de pobreza extrema, mesmo uma tarifa social acessível pode significar que a conectividade essencial ainda esteja fora de alcance”, completa a organização.

* Com informações da BBC News

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