O Hospital IGESP Litoral, em Praia Grande (SP), realizou uma cirurgia cardíaca pediátrica minimamente invasiva para correção de uma cardiopatia congênita em uma criança de 7 anos. O procedimento, conhecido como fechamento percutâneo da persistência do canal arterial (PCA), marca um avanço importante para o atendimento de alta complexidade na Baixada Santista.
A intervenção foi feita com uso de tecnologia de hemodinâmica, por meio de um cateter inserido na virilha da paciente. A equipe médica utilizou uma prótese de nitinol — liga metálica com memória de forma — que, ao ser liberada dentro do canal arterial, promove o fechamento completo da comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar. A cirurgia durou cerca de uma hora.
“O resultado foi excelente. Tivemos um procedimento sem nenhuma intercorrência e um atendimento de altíssima qualidade em todas as etapas”, afirma o Dr. Alberto Terrível, cardiologista e diretor técnico do hospital. A equipe foi composta pelos médicos Dr. Gustavo Feitosa, Dr. Junior Florero e Dr. Flavio Lyra, chefe da Hemodinâmica.
A paciente havia sido diagnosticada tardiamente após um sopro cardíaco ser identificado durante exame físico de rotina. “Ela passou assintomática por muito tempo, o que é comum nesses casos. Muitas vezes a criança se acostuma com o ritmo mais cansado e só após o tratamento os pais percebem a diferença”, explica o Dr. Lyra.
Segundo o Ministério da Saúde, a incidência de cardiopatias congênitas é de aproximadamente 10 casos a cada mil nascimentos, sendo o PCA uma das mais comuns. “Hoje, sempre que encontramos um canal arterial persistente, a indicação é pelo fechamento, mesmo nos casos menores, para evitar o risco futuro de endocardite”, completa o Dr. Lyra.
A escolha pela técnica percutânea foi definida após avaliação multidisciplinar. “O paciente apresentou boa recuperação após a cirurgia, e teve alta após dois dias”, relata o Dr. Gustavo Feitosa. O método reduz riscos de infecção, não deixa cicatriz e evita internações prolongadas.
A estrutura do hospital inclui UTI pediátrica, centro de hemodinâmica de última geração e retaguarda com anestesistas, cirurgiões, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. “Temos retaguarda completa, garantindo segurança em todas as etapas do atendimento”, ressalta o Dr. Terrível.
Além da tecnologia, o hospital adota protocolos de acolhimento humanizado. “Ter uma sala pré-anestésica acolhedora, com a presença dos pais até os momentos finais antes da anestesia, faz toda a diferença para o bem-estar emocional do paciente pediátrico”, reforça o Dr. Lyra.
Até então, procedimentos dessa natureza exigiam deslocamento até a capital. “Esse procedimento inaugura um novo momento para a medicina intervencionista pediátrica da Baixada Santista. Tanto que, dessa vez, levamos uma criança de São Paulo para operar na Praia Grande”, afirma o Dr. Terrível.
Com a cirurgia, o Hospital IGESP Litoral amplia o acesso a tratamentos de alta complexidade, fortalecendo sua posição como referência na região.