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Lilian Primo

CEO da LPA Consultoria , founder na Mobye , Vice Presidente do Conselho Consultivo do Instituto Êxito Latino Americano de Empreendedorismo e Inovação e Head de empreendedorismo e Startup na ANEFAC, Colunista na Nova Brasil FM, Conselheira empresarial e Co-Investidora na Bossanova.

A China informou recentemente que a Universidade de Tsinghua, em Pequim, desenvolveu o primeiro hospital de inteligência artificial do mundo. Esse inovador estabelecimento tem a missão de facilitar os atendimentos médicos humanos e o treinamento de novos profissionais da saúde, representando um avanço significativo na área médica e um marco histórico na integração de tecnologia e saúde.

Nesta fase inicial de implementação, o novo hospital contará apenas com médicos, enfermeiros e pacientes virtuais. Esses pacientes são simulados por meio de “bots”, criando um ambiente virtual sofisticado, baseado em inteligência artificial generativa. A utilização de bots para simular pacientes reais é um passo crucial para testar e aperfeiçoar os sistemas antes de sua aplicação no mundo real. Este ambiente de testes permitirá um desenvolvimento mais seguro e controlado das capacidades da inteligência artificial.

Os desenvolvedores do projeto têm expectativas ambiciosas para o futuro. Eles esperam que, em breve, os médicos-robôs, guiados por inteligências artificiais, possam atender cerca de três mil pacientes por dia. Esse número é impressionante e sugere uma revolução na forma como os serviços de saúde são prestados. A eficiência e a capacidade de atender a um grande número de pacientes são características que podem aliviar significativamente a pressão sobre os sistemas de saúde humanos, reduzindo filas e tempos de espera.

Estudos recentes na área sugerem que seriam necessários ao menos dois anos para que os médicos humanos alcançassem o mesmo nível de rendimento de atendimento de um robô. Isso coloca em perspectiva a rapidez e a eficácia dos sistemas de inteligência artificial em comparação com os humanos, destacando seu potencial para transformar a medicina. A diferença de desempenho pode ser atribuída à capacidade dos robôs de processar grandes volumes de dados rapidamente e de acessar vastos bancos de informações médicas em tempo real.

Os testes realizados até agora mostraram que os agentes médicos robôs alcançam uma taxa de precisão de 93,06% nos diagnósticos. Essa alta precisão surpreendeu os pesquisadores, que não esperavam resultados tão impressionantes em um estágio tão inicial. A capacidade dos robôs de solicitar e analisar exames, realizar diagnósticos e indicar tratamentos para doenças, além de acompanhar os pacientes, demonstra o vasto potencial dessa tecnologia. Além disso, a precisão dos diagnósticos pode melhorar com o tempo, à medida que os sistemas de IA aprendem e se aperfeiçoam com a prática.

Além dessas funções, a inteligência artificial também poderá prever e reduzir a propagação de doenças infecciosas em determinadas regiões, desempenhando um papel crucial no controle de epidemias. Essa capacidade de antecipar e mitigar surtos de doenças pode salvar inúmeras vidas e evitar crises de saúde pública. O uso de IA na vigilância epidemiológica pode transformar a maneira como lidamos com surtos de doenças, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz.

No entanto, apesar das promessas e do potencial revolucionário, os pesquisadores estão atentos às regulamentações médicas nacionais. Eles buscam garantir que a tecnologia de inteligência artificial não represente um risco para a saúde pública. Questões éticas também surgem, como quem será legalmente responsável em caso de erro médico cometido por um robô? O que fazer em situações de alucinação de IA, como as respostas absurdas observadas recentemente com o ChatGPT e o Google Gemini?

A responsabilidade e a confiabilidade são aspectos críticos que precisam ser cuidadosamente gerenciados à medida que essa tecnologia avança. Um erro cometido por um robô em algo trivial pode ser tolerável, mas errar um diagnóstico é muito mais preocupante. A precisão é crucial em medicina, e a margem para erros deve ser minimizada ao máximo.

Além das questões técnicas, há um debate crescente sobre a aceitação social dos médicos-robôs. Pacientes estarão dispostos a confiar sua saúde a uma máquina? A relação médico-paciente é tradicionalmente baseada na empatia e na comunicação humana, aspectos que os robôs terão que abordar de maneira inovadora.

E você, teria coragem de ser atendido por um médico robô? Este é um questionamento que muitos se fazem diante dessa nova era da medicina. A inovação traz promessas de eficiência e precisão, mas também levanta preocupações e desafios que precisam ser enfrentados com cuidado e responsabilidade.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do veículo/ Foto de capa: Freepik

 

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