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Bamboo Stock é uma nova plataforma que concentra vídeos produzidos exclusivamente por brasileiros, com conteúdo ainda mais brasileiro, representando e valorizando a cultura e a miscigenação nacional dentro do audiovisual.

Em entrevista concedida exclusivamente para o Adnews, Jorge Brivilati, cineasta, fotógrafo e CEO da Bamboo Stock, contou um pouco sobre os propósitos da plataforma, sua história e outras curiosidades. Atualmente, a plataforma já conta com 19 mil acessos, cerca de 90 filmmakers, e foi reconhecida na categoria Economia Criativa do Prêmio Brasil Criativo.

“Queremos fortalecer essa comunidade de filmmakers, mostrar para eles que a Bamboo é uma ferramenta que eles podem ganhar dinheiro, e instrumentar eles por meio da educação”, disse Brivilati.

De acordo com o CEO, a ideia surgiu em 2019, a partir da percepção da publicidade e dos bancos de imagem. Brivilati percebeu que havia e há um padrão, onde prevalecem pessoas brancas, com padrões europeu ou americano. Não tinha textura e nem um sorriso brasileiro, tampouco as nossas belezas naturais e pontos turísticos. O projeto foi colocado em prática em 2020, e a partir disso, foram meses de desenvolvimento.

O tema padrões de beleza na publicidadeé muito discutido, e é comprovado que, por algum tempo, muitas pessoas não se sentiam representadas em campanhas, comerciais ou até mesmo em fotografias, dificultando que a mensagem chegue para todos. O problema ainda existe, mas está sendo solucionado aos poucos: hoje, vemos muito mais espaço para representação nas agências e nos produtos da publicidade.

Segundo o CEO da Bamboo, o padrão nos bancos de imagem ocorre muito por conta da luz e da arquitetura, que são muito diferentes, além do acesso a equipamentos. No exterior, os equipamentos têm um custo muito menor, por isso os profissionais possuem mais experiência do que no Brasil.

“A fotografia dos bancos de imagem não conversa com a cinematografia brasileira. A luz daqui é diferente. E percebendo essa necessidade, a Bamboo surge para trazer representatividade, colocar o rosto brasileiro, belezas naturais, cores e a cultura brasileira em foco”, ressaltou.

Outro ponto considerado por Brivilati é que o país tem artistas muito talentosos, que conseguem contar suas histórias locais de um jeito muito bonito. Então, as imagens podem gerar renda para essas pessoas. Um dos filmmakers que trabalha com a Bamboo licenciou sua primeira imagem em apenas duas semanas, e em menos de um mês, já estava com a rentabilidade de R$4 mil somente com ela. Esta se torna uma forma de valorizar o trabalho do filmmaker, diferentemente do que é praticado em outros bancos.

A premissa da plataforma é que principalmente os brasileiros possam alimentar o banco e representar ao máximo o Brasil nas imagens, mas nada impede de serem publicadas imagens de outros lugares do mundo.

O número de filmmakers e a indústria audiovisual vem crescendo cada vez mais no Brasil. Segundo a Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2021-2025 da PwC, a expectativa de crescimento é de 5% até 2025. A motivação seria o impacto da pandemia de Covid-19, pois durante o período de isolamento social, muitas pessoas investiram neste meio, seja por estudo ou diversão. Dessa forma, começou também o ‘boom’ da produção de vídeos nas redes sociais. Outra motivação para esse crescimento é o investimento proporcionado pela Agência Nacional do Cinema (ANCINE), de R$1 bilhão em produções brasileiras neste ano.

Cineasta e CEO da Bamboo Stock leva a representatividade brasileira ao audiovisual

CEO criou a Bamboo Stock para desafiar os padrões encontrados em outros bancos. (Foto: Divulgação/Bamboo Stock)

De onde vem toda essa inspiração e representatividade?

Nascido na favela do Rio de Janeiro, em Niterói, Jorge Brivilati tem uma grande história. A fotografia sempre esteve muito presente em sua vida, desde os 7 anos de idade.

“Eu tenho uma memória muito viva de pegar uma máquina fotográfica que minha mãe me dava para fotografar meu aniversário, e eu ia para a rua para fotografar os vizinhos. Meu primeiro contato com o mundo do audiovisual e da publicidade foi aos 15 anos, quando comecei a estudar um pouco de design digital. Ali, foi onde meus olhos começaram a brilhar para a criação de imagens, publicidade, audiovisual e comunicação”, contou.

Com apenas 18 anos, o fotógrafo começou a dar aulas, e a partir daí, passou por experiências em pequenas agências de publicidade até chegar na Americanas.com, do grupo B2W. Esta foi a porta de entrada para se conectar com pessoas grandes. Então, recebeu um convite para vir a São Paulo, chegando na agência AlmapBBDO em 2007, que foi sua escola de criação, onde realmente aprendeu como funciona o universo de resolver tudo criativamente.

Quando veio para a capital paulista e ganhou dinheiro, a primeira coisa que fez foi comprar uma máquina fotográfica e se juntar a um grupo que fotografava a cidade. Foi ali que ele descobriu qual era o seu caminho para contar histórias, onde conseguia se expressar artisticamente, de uma forma fluida. A partir disso, procurou cursos na área de Cinema e ingressou na Academia Internacional de Cinema (AIC) para fazer um curso de Audiovisual.

A origem de Brivilati é impressa nos seus filmes até hoje. O cineasta sente a necessidade de passar tudo para o espectador: texturas reais, pessoas reais e belezas reais. Sempre teve vontade de contar histórias mais realistas.

“Sempre bati na tecla de que o simples e natural não significa feio. Na verdade, tem muita beleza em coisas verdadeiras”, destacou.

Apesar de passar por diversas agências, considera três as importantes em sua vida: AlmapBBDO, que o ensinou Criação; Cubo, que o ensinou Design; e Wunderman Thompson, que o ensinou Política. Dessa forma, conseguiu se desenvolver profissionalmente, transitando por todas as partes.

A história do CEO sempre foi pautada em pesquisar e estudar bastante. Sua curiosidade o levou a meios em que não sabia que podia estar. Para ele, tudo vem da observação: para retratar, é preciso observar. Pensando na importância da educação, em breve, ele pretende lançar uma plataforma totalmente gratuita, que contará com os maiores nomes do audiovisual, cinema e publicidade.

Outra novidade da Bamboo é a implementação da tecnologia do momento na plataforma: inteligência artificial. Os usuários terão o recurso como auxiliar, para tirar dúvidas sobre tudo que é relacionado ao audiovisual.

* Com supervisão de Jéssica Bitencourt

 

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