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Este ano o Dia dos Namorados comemora 75 anos no Brasil. Desde sua criação, em 1949, pelo publicitário João Doria, pai do ex-governador de São Paulo, João Doria Jr., a data passou por inúmeras transformações, tanto em sua celebração quanto em seu impacto no comércio. Inicialmente, a data foi introduzida com o objetivo de estimular as vendas no mês de junho, que era tradicionalmente fraco para o varejo. A escolha do dia 12 de junho, véspera do Dia de Santo Antônio, conhecido como o “santo casamenteiro”, foi uma estratégia para associar a data ao romantismo e ao amor.

A ideia deu certo, e a data é esperada pelos comerciantes e consumidores. Atualmente a comemoração é considerada a sexta data mais importante para o varejo em termos de movimentação financeira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A expectativa para 2024 é que o volume de vendas será de R$ 2,59 bilhões, de acordo com cálculos da entidade. A estimativa representa um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Para Américo José, sócio-diretor do Grupo Cherto, o Dia dos Namorados se transformou significativamente ao longo dos anos.

 

“Hoje os consumidores procuram por presentes que vão além do material, valorizando momentos especiais e a conexão emocional. Décadas atrás, os presentes eram muitas vezes pequenos mimos, enquanto atualmente há uma vasta gama de produtos e serviços disponíveis para todos os gostos e bolsos”, aponta o especialista.

 

A criatividade dos varejistas também evoluiu junto com a data. Américo explica que no passado as lojas se limitavam a decorar vitrines e oferecer algumas promoções. Atualmente é comum ver campanhas publicitárias massivas, parcerias com influenciadores digitais, eventos especiais e até experiências diferenciadas, como jantares nas alturas e viagens exclusivas.

 

“A evolução tecnológica, especialmente com o crescimento das compras online, também transformou o Dia dos Namorados, tornando possível antecipar a data e planejar compras de maneira mais eficaz e abrangente”, reforça José.

 

Se a estratégia de vendas se aperfeiçoou, o discurso das marcas para encantar o consumidor também. Segundo Leopoldo Jereissati, publicitário e sócio fundador da All Set, a grande mudança foi sair de um formato muito quadrado e explorar melhor os diversos tipos de relações e formas de amar.

 

“As campanhas publicitárias atuais não se limitam mais ao estereótipo do casal heterossexual, mas refletem a diversidade de relacionamentos e sentimentos, acompanhando as mudanças socioculturais do tempo. Muitas marcas repensaram seus posicionamentos para acompanhar essa evolução”, explica Jereissati.

 

De acordo com Jereissati, a representatividade e a inclusão tornaram-se pilares fundamentais na construção da identidade de uma marca.

 

“Ao refletir a diversidade de seus consumidores em suas campanhas, as marcas não apenas demonstram sensibilidade social, mas também estabelecem vínculos mais fortes e autênticos com seu público-alvo. Cria-se um ambiente de aceitação e pertencimento, essencial para a fidelização dos clientes e a construção de uma reputação positiva.”, enfatiza o publicitário.

 

Pessoas de 24 a 34 anos são as mais propensas a celebrar a data

Outra pesquisa, conduzida pela Ecglobal, empresa focada em consumer insights e comunidades da plataforma Haus do Grupo Stefanini, envolvendo mil participantes, trouxe à tona tendências interessantes sobre como os brasileiros planejam celebrar o Dia dos Namorados este ano. O estudo revelou que as preferências de comemoração variam significativamente de acordo com a faixa etária e o gênero dos entrevistados.

De acordo com o levantamento, pessoas entre 25 e 34 anos são as mais vibrantes com a data, com 68% delas afirmando que têm certeza de que irão comemorar o Dia dos Namorados. Em contraste, apenas 40% dos entrevistados com 55 anos ou mais demonstram a mesma certeza.
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A pesquisa também mostrou que quase 30% não possuem uma tradição específica para 12 de junho. No entanto, muitos desses indivíduos ainda costumam presentear ou passar o dia com seus parceiros. Dentre os participantes, 62% preferem celebrar tanto com produtos quanto com experiências marcantes, enquanto 17% optam exclusivamente por experiências e 14% apenas por produtos.

As diferenças nas preferências de comemoração também são marcantes entre homens e mulheres. Entre as atividades preferidas, ir a um restaurante lidera a lista, sendo a escolha de 70% dos entrevistados. Outras opções populares incluem preparar um jantar em casa (41%), fazer uma viagem (40%), realizar um passeio ao ar livre (36%), ir ao cinema (34%) e participar de shows e eventos culturais (26%). Com isso, os restaurantes podem esperar um aumento significativo no número de clientes que desejam comemorar antes ou depois do dia 12, devido às dificuldades que muitos enfrentam para celebrar exatamente na data.

No que diz respeito aos presentes, produtos de beleza e perfumaria são os preferidos tanto para mulheres (68%) quanto para homens (63%). A pesquisa também revelou que as mulheres são mais propensas a presentear com eletrônicos, roupas, sapatos e acessórios de moda, enquanto os homens demonstram uma preferência maior por presentear com joias.  Além disso, 79% dos entrevistados concordam que presentes personalizados, como joias com nomes gravados e objetos feitos à mão, são mais significativos para comemorar o relacionamento.

 

“Os dados revelam tendências valiosas sobre as preferências dos brasileiros no Dia dos Namorados, destacando a importância de os comerciantes se prepararem para atender às demandas dos consumidores. Criatividade e personalização são estratégias-chave, especialmente para marcas fora das categorias de alimentação, beleza e moda com as redes sociais sendo fundamentais para criar essa conexão. Para isso, é essencial que as marcas destaquem tradições como a troca de presentes e estar junto ao parceiro, ofereçam experiências além de produtos, personalizem ofertas e brindes, e garantam um atendimento pós-venda e entrega personalizados, fortalecendo assim o relacionamento com os consumidores”, finaliza Adriana Rocha, CEO e co-fundadora da Ecglobal.

 

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