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O Dream Tour 2023 é um campeonato organizado pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e promovido pela Dream Factory. A competição, que começou em abril e segue até dezembro, tem seis etapas e percorre todo o litoral do Brasil, começando nas praias do Sul, passando pelo Nordeste e finalizando no Sudeste. É um projeto longo, e conta com seis eventos totalmente diferentes.

Em entrevista ao Adnews, Luana Cloper, head de Projetos do Dream Tour, comentou sobre as etapas.

“As praças são muito diferentes, a conexão com o público local é diferente, são seis oportunidades diferentes das marcas se conectarem e ativarem”, explicou.

A nova diretoria da CBSurf, que assumiu no início de 2022, encontrou na Dream Factory um parceiro para tornar realidade a retomada do Circuito Brasileiro de Surf, suprindo a falta de investimento, onde os atletas não tinham condições para viver do esporte, e para que marcas pudessem se conectar com essa comunidade. Dessa forma, nasceu o Dream Tour: a partir de um desejo da própria comunidade de surf de fazer renascer o esporte no Brasil, que hoje é referência na modalidade.

“O Dream Tour vem para sanar algumas dores. A primeira grande dor é o hiato de mais de 10 anos sem a realização de um Circuito Brasileiro de Surf, que pudesse manter vivo o desenvolvimento do esporte no Brasil, por questões da antiga diretoria da CBSurf”, explica Luana.

Dream Tour 2023 busca equidade de gênero e a criação de novos ídolos no surf brasileiro

Luana Cloper trabalha pela democratização do surf entre as mulheres. (Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo)

Participação das mulheres

Por muito tempo, o surf foi um espaço só para homens. Atualmente, há uma participação maior das mulheres, mas ainda há carência na equidade e inclusão. Muitas mulheres sofrem preconceitos, assédio e outras situações desagradáveis. Luana, que já é líder de Projetos de Gestão de Produtos e Eventos há mais de 10 anos, encabeça o campeonato e vem mudando isso juntamente com a CBSurf, com a experiência de quem trabalhou por muito tempo em outro ambiente bastante masculinizado: o mercado cervejeiro.

A executiva prioriza que a participação das mulheres seja cada vez mais evidente no Dream Tour, e atualmente, 70% da equipe é feminina. A nova gestão da CBSurf é muito engajada na valorização das mulheres no esporte, e é a primeira Confederação do Brasil a ter uma cadeira de vice-presidência feminina.

A iniciativa desencadeou outras decisões, como premiação igualitária nas categorias masculina e feminina, olhar mais apurado aos detalhes, melhora nas condições para as atletas nos eventos, vestiários para os atletas e mais privacidade para as meninas, entre outras ações. De acordo com Luana, também há o compromisso de desenvolver o surf feminino através de vivências e imersões de surfistas mirins com as atletas já consagradas, e dessa forma, iniciar a criação de novos ídolos no esporte.

De maneira geral, o surf ainda precisa evoluir no Brasil, também em questão de patrocínio. Entre homens e mulheres surfistas, 75% dos atletas não têm patrocínio, o que pesa para o masculino, mas principalmente, para o feminino. O surf brasileiro vem de um processo evolutivo mais tardio, fato que até explica a diferença na quantidade de surfistas profissionais: são 64 atletas no masculino e 24 atletas no feminino. É uma questão histórica, que também reflete e explica a menor adesão das marcas.

A equipe do Dream Tour tem o objetivo de dar oportunidade e visibilidade às mulheres de diferentes idades e origens. Os veículos de imprensa também têm um papel fundamental para mudar a visão e aceitação do público quando noticiam algo sobre o esporte e as atletas. É um processo de construção conjunta.

“A minha grande expectativa é que cada vez mais marcas se associem ao surf brasileiro, o surf que acontece no litoral do Brasil, com atletas que estão aqui, que vivem daqui e que têm bagagens e histórias de vida muito emocionantes. Eu espero que cada vez mais marcas enxerguem valor em se associar a esse movimento, e consequentemente, que o público também enxergue e reconheça esses atletas. São histórias lindas que temos para contar, além das lindas performances para celebrar. Que o circuito Dream Tour cumpra esse papel de trazer mais marcas e transformar esses atletas em ídolos do esporte”, finaliza Luana.

* Com supervisão de Jéssica Bitencourt

 

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