Desde sempre, os eventos contribuem para as estratégias e as metas de Marketing, principalmente no que está relacionado ao posicionamento de marca, à geração de leads – ou seja, clientes em potenciais e, consequentemente, novos negócios, e ao relacionamento. Mas, de acordo com os últimos acontecimentos, que exigiram o distanciamento social, os avanços tecnológicos foram incorporados de maneira avassaladora nesse tipo de estratégia.
De acordo com a ABRAPE (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), mais de 350 mil eventos foram cancelados em 2020 em função da pandemia, afetando drasticamente a área de entretenimento, gerando uma perda estimada de R$ 90 bilhões. Mas, como o show não pode parar, os eventos foram obrigados a migrar para o ambiente on-line e seguem, de certa forma, até hoje.
Os encontros 100% digitais ou híbridos se tornaram uma realidade e, cabe a nós, potencializar a experiência do público tanto presencial quanto à distância. Num estudo feito pela Avantgarde, 99,2% dos respondentes afirmaram ter participado de algum evento digital relacionado a marcas nos últimos seis meses, como lives, webinares, congressos ou convenções virtuais, mesmo com o fim das restrições.
Nesse novo formato, podemos destacar alguns benefícios, como o aumento do alcance no conhecimento da sua marca (isso é inegável!), a possibilidade de interação com seu público por meio de virtual room’s e, dessa maneira, evitar distrações e aproveitar ao máximo a possibilidade de entender a necessidade e, assim, gerar mais negócios, assim como promover a geração de leads qualificados, principalmente quando os eventos forem pagos.
Tudo na vida tem os dois lados da moeda e nesse caso não foi diferente. Vocês já se perguntaram o quanto essas plataformas digitais cresceram e lucraram com essa aceleração “repentina”? Pois bem, de acordo com a Startse, a ferramenta Zoom teve um crescimento de mais de 168% de receita em comparação ao mesmo período do ano de 2019. Analistas estimavam uma receita de US$ 202,7 milhões, mas o resultado da companhia superou as expectativas, atingindo US$ 328,2 milhões de dólares. Já a Microsoft tinha cerca de 32 milhões de usuários ativos diários no Teams e saltou para 75 milhões em semanas e hoje esse número pode já ter dobrado ou até mesmo triplicado.
Agora, o desafio das empresas é captar a atenção do seu público, pois a probabilidade de dispersão é grandiosamente maior nesses casos por conta das inúmeras distrações que temos em nosso dia a dia, seja por conta dos inúmeros e-mails que recebemos, das reuniões inesperadas e dos chats internos, entre outras formas. Aqui entram as inovações da tecnologia, que podem ajudar a prender a atenção com experiências imersivas por meio da Realidade Virtual e da Realidade Aumentada, por exemplo, permitindo que mesmo o público estando online, possa visitar e interagir com os expositores de uma feira.
As possibilidades são infinitas, desde as mais simples, como disponibilizar em um encontro uma plateia virtual, fazendo com que todos participem de maneira mais interativa do evento, assim como adotar um formato mais dinâmico por meio de diversas plataformas gratuitas, permitindo uma troca mais produtiva. Ou separar salas individuais por meio de interesse e público-alvo, trazendo uma troca mais estratégica e até mais elaboradora, além de poder também se arriscar no Metaverso – a nova tecnologia que está em alta, simulando a realidade num ambiente virtual compartilhado para trazer uma sensação imersiva daquele evento.
Os últimos anos têm sido de mudanças com novas oportunidades surgindo no digital. Por isso, indico aproveitar essa nova onda, que é uma realidade. Estude as tendências que estão por aí e a viabilidade de aplicá-las de acordo com a sua realidade e estratégia, teste a sua audiência e analise os resultados. Os eventos 100% digitais e híbridos combinados com as novas tecnologias permitem possibilidades que vão até o limite da sua criatividade, ou, muitas vezes, do seu budget.
Imagem: Travelism
Fernando Barradas é head de Marketing, Comunicação e Sales Operation da Engineering
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