Quase metade dos CMOs brasileiros (48%) indicam que os investimentos em diversidade, equidade e inclusão (DE&I) em suas áreas permanecerão no mesmo patamar, refletindo uma tendência de estagnação. Apenas 24% preveem um aumento nos aportes para promoção de DE&I, enquanto 5% apontam uma retração nos recursos. Este dado é parte das revelações do estudo “DE&I e Líderes de Negócios”, conduzido pelo instituto de pesquisa e big data Data-Makers em parceria com a CDN. A pesquisa, que reúne insights de 100 CEOs e C-Levels de corporações de variados setores e tamanhos, explora como essas práticas impactam as dinâmicas e os negócios das empresas brasileiras.
Conhecimento turbinado
Quase um quarto dos executivos declarou ter conhecimento avançado sobre DE&I, representando um crescimento de 33% em relação ao estudo anterior. Apesar disso, a importância dada ao tema permanece estagnada, com 57% dos líderes afirmando que DE&I é extremamente importante para os negócios, um aumento marginal em relação aos 55% do ano passado. No geral, o gap entre a importância dada ao tema e o conhecimento sobre ele diminuiu 11 pontos percentuais.
Melhoria nos investimentos
Embora ainda tímido, há uma tendência de melhora nos níveis de investimento em DE&I. Três em cada dez executivos acreditam que os recursos disponíveis para iniciativas de DE&I aumentarão nos próximos 12 meses, um crescimento de 2% em comparação com 2023. O dobro dos entrevistados, 60%, espera que os investimentos se mantenham estáveis, ante 51% no ano passado.
Indícios de saturação do tema
Os líderes empresariais continuam a acreditar que o tema DE&I é subestimado, mas essa percepção tem diminuído, com uma queda de 19% em relação a 2023. Em contrapartida, a crença de que o tema é superestimado aumentou significativamente, de 14% para 23%, sugerindo uma possível saturação. Além disso, mais de um quarto dos líderes agora avaliam positivamente as iniciativas DE&I de suas empresas, um crescimento de 37% em relação ao ano anterior.
Contribuição para a sociedade
A “contribuição para a sociedade” segue como o principal incentivo para a adoção de práticas DE&I, mencionada por 64% dos executivos. “Atração e retenção de talentos” subiu de quinto para segundo lugar, citado por 57% dos entrevistados. No entanto, dificuldades na contratação de profissionais qualificados (45%) e a falta de priorização (34%) continuam sendo as principais barreiras.
Avanço na estrutura de decisão
A pesquisa sugere uma mudança ainda tímida na estrutura de decisão sobre DE&I nas empresas. Os CEOs continuam como os principais decisores, com um aumento de 35% para 39%. Estruturas mais sofisticadas de decisão, como comitês interdisciplinares e áreas dedicadas a DE&I, também cresceram, embora ainda sejam minoritárias.
“O estudo acende uma luz amarela em relação à evolução de DE&I no Brasil, já que vemos crescimento discreto em indicadores-chave como a importância declarada do tema, expectativa de investimentos e evolução da estrutura de tomadas de decisões. Ao mesmo tempo, há evidências de saturação da temática, que concorre com outras pautas prioritárias na agenda dos executivos”, pontua Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.
Visão dos CMOs
O segundo estudo da série Data-Marketing Leaders, “DE&I e Líderes de Marketing”, revela que 79% dos CMOs avaliam o tema como “importante ou muito importante”, mas apenas 21% afirmam ter conhecimento profundo sobre o assunto. Apenas 36% avaliam positivamente os anúncios publicitários em termos de diversidade, equidade e inclusão, destacando um longo caminho a percorrer. Visões estereotipadas sobre diversidade (65%), acusações de greenwashing (34%) e aceitação dos consumidores (31%) são os principais pontos de fricção.
“O diferencial do estudo é investigar em profundidade os pontos de fricção que estão impedindo a adoção de DE&I. Se conceitualmente os CMOs se mostram comprometidos com o assunto, na prática, a realidade é bem diferente”, avalia Fabrício.
Otavio Dias, CEO da Repense, acrescenta: “Por um lado, é animador saber que quase 80% dos CMOs consideram o tema importante ou muito importante, mas, por outro, há um forte sinal de alerta com o baixo índice de conhecimento profundo sobre o assunto e com os investimentos na área. Para garantir mais diversidade e inclusão, ações concretas são imprescindíveis. Na Repense, estamos nessa busca de forma permanente, com avanços como cerca de 10% de profissionais LGBTQIA+ e uma maioria feminina em nosso board de diretores, mas sabemos que ainda temos muito a evoluir.”
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