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As empresas tem dentro de si uma fonte de renda por vezes pouco explorada ou até mesmo desconhecida: sua base de informações. Para explicar como é possível otimizar esse ativo importante e gerar um novo ganho de capital para a companhia, Sérgio Topfstedt, CEO e fundador da Leega Consulting Europe, apresenta o conceito de Monetização de Dados, que nada mais é do que a identificação dos métodos de poder gerar receita a partir dessas bases de informações, identificando o valor financeiro dos dados coletados.

Seja como um fundamento para realizar investimentos ou mesmo para criar produtos e serviços, a base de informações é o ponto de partida para determinar a definição desses processos. Não à toa, as empresas que se orientam dessa forma são chamadas data-driven, ou “orientadas por dados”.

Para Topfstedt, que é um dos grandes especialistas em Monetização de Dados, tudo pode ser monetizado, porém existe um obstáculo mental para começar esse processo, que é pensar apenas na venda das informações ao invés de considerá-la de forma mais ampla. “Uma vez que a empresa entende que o dado é um ativo real, é possível conseguir essa monetização, mas o verdadeiro ponto de largada é mudar o mindset e criar métodos estruturados para gerar lucro com estes dados”, explica.

Há dois tipos principais de monetização: a direta ou interna e a indireta ou externa.

No caso da monetização de dados direta, as informações geradas internamente são usadas para otimizar os recursos da empresa. Entre essas possibilidades estão: a redução de custos, incremento da produtividade, diminuição de riscos, desenvolvimento de novas linhas de negócios, além da criação de novos produtos e serviços, cujas necessidades e demandas podem ser identificadas justamente a partir das análises bem realizadas.

Já para métodos indiretos de se monetizar os dados, utilizam-se agentes externos na equação. Por exemplo, o compartilhamento com outros bureaus de informação (muito presentes no setor financeiro, principalmente na área de crédito) ou mesmo o trabalho concatenado entre as bases internas e externas, gerando uma gama de novas informações que podem ser negociadas com diversas indústrias.

Segundo Topfstedt, 80% dos executivos financeiros acreditam que o valor completo da empresa já se encontra devidamente descrito nos balanços financeiros e fiscais, mas em um ponto de vista mais amplo de controladoria, apenas algumas empresas reportam tópicos relevantes nestes relatórios contábeis quando se fala de dados. “Propriedade intelectual, existência de um repositório de dados confiável, limpo e consistente, ou mesmo a existência de motores analíticos e algoritmos produtivos que geram receita deveriam estar no mesmo cofre que os investimentos e reservas econômicas dessas empresas”, completa.

Para exemplificar onde a monetização de dados pode ser utilizada, o CEO da Leega Consulting Europe destaca operações bastante distintas entre si, mas ao mesmo tempo muito comuns em grandes empresas:

Atendimento personalizado

Com os dados disponíveis dos seus clientes, as organizações podem customizar o atendimento, proporcionando uma sensação de exclusividade, e ainda direcionar o seu discurso de acordo com cada perfil atendido, provendo soluções que façam sentido para resolver problemas existentes. Dessa forma, o ticket médio do usuário tem clara tendência a aumentar, bem como a facilidade de se realizar um upsell em relação aos produtos e serviços previamente oferecidos.

Captação de investimentos

Na ocorrência de um eventual IPO, os dados da empresa têm um valor perceptível potencial importante. Consistentes e devidamente balizados e tratados, certamente esses dados farão parte dos ativos disponíveis para essa obtenção de recursos, visto que é um forte indicativo de que a organização está bem estruturada.

Entretenimento musical

Em 2018, o CEO do Spotify declarou que a banda Metallica utilizava os dados do aplicativo de streaming de músicas para definir o setlist em cada cidade de suas turnês, baseando-se nas músicas de maior sucesso da região.

Já a banda Iron Maiden identificou, junto a um time de dados, áreas geográficas ao redor do mundo onde suas músicas eram consumidas por meio de práticas ilegais, gerando escape de receitas. Eles utilizaram essa informação para realizar uma nova turnê, baseando-se nesses países e capitalizando enormemente em cima dos shows.

Para implementar a Monetização de Dados, um aspecto importante é a definição de uma metodologia. essencial para iniciar qualquer implementação de processos. Topfstedt explica que “a primeira etapa desse trabalho é mensurar as informações, entender a sua qualidade, o valor para o seu negócio e as suas implicações econômicas”. Feito isso, deve-se começar o gerenciamento dos dados, desenhando o framework responsável, e delimitando e organizando os papéis e funções de cada ator atuante nessa área de informação.

Por fim, é chegada a hora de monetizar, de fato, esses dados. É necessário justificar o projeto, apresentando as bases utilizadas e, principalmente, executar de forma cuidadosa o planejamento. Para isso, uma ideia interessante é a criação de um mapa de viabilidade para definir se essa monetização será viável em questões de mercado, tecnologia, sustentabilidade de receita, capacidade de execução, horizonte financeiro da empresa, entre outros fatores a serem levados em conta.

A implementação não é simples e demanda conhecimento e experiência para seguir os devidos métodos, evitando abandonar etapas. Como especialista em Análise de Dados, a Leega oferece soluções para as mais diversas verticais, incluindo o auxílio no mapeamento de oportunidades visando a monetização das informações das empresas.

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