Nos últimos anos, as mulheres têm se tornado cada vez mais ativas nos jogos eletrônicos, representando cerca de 47% do mercado, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Datafolha/BGS no ano passado. Com o tempo, a parcela de mulheres mães também aumentou, tanto nos jogos quanto em eventos relacionados.
Marcelo Tavares, CEO e fundador da Brasil Game Show afirmou que o aumento não ocorreu apenas nos jogos, mas também dentro das feiras. Para ele, não há nenhum estranhamento do público da BGS em relação à participação das mães e das mulheres nos eventos de games.
“A Brasil já realizou 12 edições até hoje e, se pensarmos numa primeira edição, lá em 2009, de fato podemos perceber que a cada dez participantes, nove eram homens e somente um era mulher. Geralmente, era a mãe, a esposa, a namorada. Não era a gamer. […] Na 12ª edição da BGS, em 2019, foi possível perceber que estavam ali não meras acompanhantes, mas jogadoras, amigas, competidoras.”
Quanto às mães, Tavares diz que é uma tendência que elas continuem jogando cada vez mais e que passem a desejar como presente um produto gamer ou até passar o dia jogando com os filhos.
Mães e filhos juntos nos jogos
Rita Aisaka, 29, é jogadora de Magic: The Gathering e começou a jogar com a mãe Kimy, que se interessou vendo a filha jogar. Rita e a mãe acreditam que interagir com os filhos pelos jogos é uma boa maneira de se aproximar dos filhos.
“Eu acho que jogos de tabuleiro são um “clima” bom para pais e filhos conversarem, pois alguns desentendimentos, disputas e raivas podem ser canalizadas para o jogo e daí conversas podem fluir mais facilmente. Ou mesmo em jogos que são só para jogar e socializar, é muito raro pais e filhos terem um ambiente em comum para dialogar. Normalmente, isso é feito durante as refeições.”
Elas jogam Magic juntas, porque Kimy já sabia as regras do jogo desde 1998, por jogar com o primo. A tarefa de Rita foi apenas reensinar o jogo em 2019.
Mães gamers
Bárbara Micheletto, mãe de um menino de três anos, gamer e narradora de E-Sports, diz que é difícil conciliar a maternidade e o hobbie de jogar. Ela conta que começou a narrar quando o filho tinha quatro meses e aproveitava para estudar o jogo e jogá-lo entre os cochilos da criança.
Sobre se aproximar dos jogos, ela sugere que as mães tentem entrar no mundo dos filhos: “Perguntar pra ele como funciona o jogo, assistir junto com ele um campeonato… Ir entendendo aos poucos até que você se sinta firme pra entrar e jogar uma partida.”
Tavares, fundador da BGS ainda acrescenta que os jogos estão eliminando barreiras e que a comunidade gamer já aceita as mães:
“Se compararmos com o passado, geralmente, eram os pais (homens) que jogavam com os filhos (homens). Hoje, você vê que as mães jogam, as irmãs jogam, as amigas jogam. O público é muito diversificado: começa na infância, passa pela adolescência e chega a um público adulto. Isso é muito positivo. Elimina o preconceito e a cara masculina que os games tinham no passado. Os games, hoje, eliminam barreiras.”
Controle dos gastos nos jogos
Uma das maiores preocupações das mães quando os filhos estão jogando é que os gastos ultrapassem o combinado. Para evitar excessos, há a carteira virtual Razer Gold. A mãe pode adquirir um cartão pré-pago nos mais de 10 mil pontos de vendas existentes e assim, os filhos podem utilizar os créditos disponíveis nos jogos, sem haver outras transações.
Dennis Ferreira, diretor da Razer Gold na América Latina, garante que a opção é segura por não utilizar o cartão de crédito. Razer Gold está disponível nos grandes mercados e lojas em todo país e também disponível na PicPay, AME Digital, Banco Inter, App do Banco do Brasil e milhares de lojas no formato de recarga na maquininha.
Micheletto também usa a carteira virtual e conta como administra os gastos:
“Eu geralmente estipulo um valor mensal para usar dentro do meu universo gamer. Assim eu não saio prejudicada no final do mês e tento me reinventar dentro dessa quantidade estipulada, mas confesso que quando tem algum item raro no jogo, eu às vezes ultrapasso esse valor.”