Um processo de direitos autorais contra a Meta, controladora do Facebook, revelou e-mails embaraçosos entre funcionários da empresa, que discutiam o uso de torrents para baixar grandes quantidades de conteúdo protegido. A informação foi revelada pelo Ars Technica e expõe a obtenção de dados da LibGen e da Z-Library, dois repositórios conhecidos por armazenar livros, artigos acadêmicos e notícias de acesso pago.
Segundo os documentos do caso, a Meta teria baixado mais de 80 terabytes desses bancos de dados para alimentar seus modelos de inteligência artificial. Nos e-mails, um funcionário chega a alertar que o uso de material pirateado ultrapassava “o limite ético” da empresa, mas a prática continuou, com um pesquisador até sugerindo o uso de VPNs para mascarar os acessos. Outro funcionário brinca que “baixar torrents em um laptop corporativo não parece certo 😂”.
A denúncia argumenta que a operação foi feita em “modo stealth”, ou seja, sem passar pelos servidores oficiais da Meta. O processo ainda sugere que altos executivos, incluindo Mark Zuckerberg, estavam cientes da prática. Além disso, funcionários da Meta teriam justificado o uso da LibGen alegando que a OpenAI também utilizava o repositório, numa espécie de “corrida armamentista” da IA.
A ironia do caso? Enquanto bibliotecas digitais como a Internet Archive enfrentam processos por empréstimos de livros, gigantes da tecnologia estão acumulando terabytes de conteúdo pirateado para treinar chatbots que, no fim das contas, ainda erram ao responder quantos planetas existem no sistema solar.
A Meta ainda não comentou o assunto.