28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual e 30% conhecem alguém que é afetado. Esses são alguns dos dados da nova pesquisa de SEMPRE LIVRE, marca de cuidados íntimos da Johnson & Johnson Consumer Health, realizada em parceria com os Institutos Kyra e Mosaiclab. Se você acompanha o ADNEWS, e está achado estranho esse tema. Me liga que conversamos, acredito que quando pensamos em publicidade e marketing, devemos também pensar no lado social e ambiental de todas as nossas ações.
Lançada essa semana, a pesquisa teve como objetivo levantar informações sobre o grau de conhecimento de um problema que afeta milhões de brasileiras, identificar seus hábitos e dar visibilidade ao tema. A pobreza menstrual vai muito além da falta de dinheiro para comprar produtos de higiene menstrual adequados. Ela denuncia o problema da falta de acesso à água, saneamento básico e desigualdade social.
“Como marca, reconhecemos o nosso papel em liderar essas conversas. Somos pioneiras na quebra de tabus (fomos a primeira marca a trazer o sangue menstrual da cor que ele é, vermelho) e no protagonismo feminino, incentivando diálogos abertos para levar informação, educação e acesso aos produtos”, afirma Cristina Santiago, diretora de Marketing da Johnson & Johnson Consumer Health.
Um movimento importante encabeçado por Sempre Livre e CareFree esse ano foi a Campanha Deixa Fluir, para naturalizar os fluidos e garantir que todas as pessoas que menstruam possam fluir com dignidade e liberdade. “Como estamos na maior empresa de saúde do mundo, queremos promover uma discussão sobre os fluidos vaginais, sem tabus. Afinal, fluidos são naturais e estar confortável com eles também pode ser. Falar sobre saúde íntima como um todo é essencial para que as pessoas que menstruam entendam o funcionamento do próprio corpo”, ressalta a diretora.
E não é de hoje que as marcas da Johnson & Johnson Consumer Health trabalham nesses temas para informar e mudar essa realidade. Desde 2018, SEMPRE LIVRE lidera movimentos no Brasil para levar educação e acesso a comunidades de todo o país. No primeiro semestre de 2021, a marca doou cerca de 400 mil absorventes ao UNICEF. Ao longo do ano, também em parceria com o UNICEF, serão distribuídos kits de higiene menstrual para mais de 6 mil adolescentes. O projeto contempla, ainda, iniciativas para continuar levando educação, informação e acesso a produtos.
“Essa nova pesquisa foi feita justamente para atualizar informações sobre dignidade menstrual e saúde íntima, trazendo o tema à tona para que a gente consiga formar uma rede de apoio e fazer a diferença”, complementa.
A marca também desenvolveu a plataforma #TamoJuntas para disponibilizar informações sobre dignidade menstrual, dados da nova pesquisa e o lançamento do Mapa da Liberdade, página que irá concentrar projetos sociais e ONGs em todo o Brasil que trabalham em prol do combate à pobreza menstrual. O objetivo do mapa é facilitar a conexão de pessoas que querem apoiar a causa e instituições que já fazem a diferença para as pessoas que mais precisam.
Nova pesquisa SEMPRE LIVRE
O estudo foi feito com 814 mulheres que menstruam regularmente, entre 14 e 45 anos, representantes das classes CD, via painel online com complemento telefônico para classes mais baixas, entre os dias 23 de abril e 10 de maio de 2021. Confira abaixo os principais dados levantados:
- 28% das mulheres de baixa renda são afetadas diretamente pela pobreza menstrual (cerca de 11,3 milhões de brasileiras) e 30% conhecem alguém que é afetado pelo problema.
- 4 em cada 10 mulheres convivem com o tema pobreza menstrual, pois ou são afetadas ou têm algum conhecido afetado.
- 94% de mulheres de baixa renda não sabem o que é pobreza menstrual. Ou seja, não conseguem identificar quando vivem uma realidade de vulnerabilidade. O desconhecimento é maior entre mulheres mais velhas, da região Centro Oeste e Sul.
- Apenas 29% afirmam já ter ouvido falar sobre o tema pobreza menstrual, mas só 6% declaram que sabem bem o que é. Essas que conhecem bem são um pouco mais jovens, de classe DE, do Sudeste e Norte.
- 40% das mulheres de baixa renda que são afetadas pela pobreza menstrual têm entre 14-24 anos, o que mostra que esse é um problema que atinge, sobretudo, meninas jovens.
- A pandemia piorou a situação: 29% tiveram dificuldades financeiras nos últimos 12 meses para comprar produtos para menstruação e 21% têm dificuldade todos os meses.
- Muitas das mulheres afetadas pela pobreza menstrual fazem uso de produtos não indicados para absorver a menstruação durante o período: sacos plásticos, sacolinha de supermercado, roupas velhas, algodão, lencinho umedecido descartável, toalhas, panos, filtro de café, lenços de papel, papel higiênico e até mesmo jornal ou miolo de pão.
A pobreza menstrual tem reflexo direto na saúde física de pessoas que menstruam:
- Muitas destas mulheres foram afetadas por problemas vaginais nos últimos 12 meses: 28% tiveram infecção urinária ou cistite; 24% tiveram candidíase; 11% infecção vaginal por fungo e 7% infecção vaginal por bactéria.
- Para 51% das mulheres, o mal-estar na menstruação é forte.
- 73% têm vida sexual ativa e o método de proteção mais usado é o anticoncepcional.
- 77% afirmam nunca ter tomado pílula anticoncepcional direto para pular a menstruação, 7% admitem fazer isso algumas vezes quando estão sem dinheiro para comprar absorvente e 11% adotam esse procedimento com acompanhamento médico, pois se sentem muito mal durante a menstruação.
- Apesar do alto índice de informação sobre a primeira menstruação, 36% concordam não saber muito bem o que acontece com seu corpo durante o período menstrual.
E, também, consequências psicológicas:
- 22% delas dizem se sentir muito frágeis ao menstruar, porque no local onde moram não tem condições adequadas para se higienizarem como gostariam nesse período. Várias não têm banheiro dentro de casa (9%).
- 24% concordam que, nos dias que menstruam, sentem que estão perdendo espaço na sociedade por serem mulheres, porque os homens não precisam passar por isso. Para 16% das mulheres entrevistadas, que representam 65% da classe DE e são as mais afetadas pela pobreza menstrual, esse índice sobe para 49%.
- 8% afirmam que sempre ou quase sempre faltaram ao trabalho quando estavam menstruadas porque o banheiro é muito sujo e não tem condições de uso (não tem água, descarga ou papel higiênico). Para 16% das mulheres entrevistadas, as mais afetadas pela pobreza menstrual, esse índice é de 23%.
- Da mesma maneira, 12% afirmam que sempre ou quase sempre já precisaram faltar ao trabalho por estarem com forte mal-estar menstrual e o chefe dizer que isso é “mimimi de mulherzinha”.
- 52% acreditam que “menstruar dita um pouco a nossa dignidade, porque, além de ter algum mal-estar, parece que estamos sujas”.
- 6% já sofreram violência doméstica por estarem menstruadas.
Parte justifica ausência escolar pela falta de absorvente adequado ou mesmo pela falta da estrutura para acolher as mulheres nos dias em que estão menstruadas:
- 16% afirmam que sempre ou quase sempre já deixaram de ir à escola quando estavam menstruadas porque o banheiro é muito sujo e não tem condições de uso.
- 12% afirmam que sempre ou quase sempre já deixaram de ir à escola quando estavam menstruadas por não estarem com absorvente ou com algum absorvente improvisado.
- 38% concordam: “Quando tenho que ir à escola menstruada fico péssima, porque na minha escola o banheiro não tem condições adequadas para esses períodos: nem sempre tem água ou papel higiênico”.
O gasto médio mensal com produtos para menstruação é de R$ 21.
- De cada 10, duas têm dificuldade para comprar produtos para menstruação.
- 21% declaram ter dificuldade para comprar produtos para menstruação todos os meses, e essa dificuldade ocorre tipicamente há um ano (12%).
- 16% concordam com a frase “não tenho dinheiro nem para menstruar, nem sempre consigo comprar absorvente”.
- 18% afirmam: “menstruar é uma das maiores dificuldades em minha vida; não tenho condições financeiras para me cuidar como se deve nesse período”.
Uma parcela considerável concorda que a menstruação é um sinalizador de saúde:
- 63% gostam quando menstruam porque é um sinal de que o corpo está funcionando bem.
- 54% acreditam que menstruar é um ciclo natural e o consideram algo muito bom.
A maioria das mulheres de baixa renda (classe CDE), de 14 a 45 anos, lida relativamente bem com o próprio corpo. No que tange à menstruação, elas reconhecem que é um sinalizador de que está tudo bem com seu corpo e, nesse sentido, menstruar traz uma sensação de plenitude e bem-estar, mas afirmam que são afetadas pelos incômodos acarretados pelo ciclo: desde cólicas até a instabilidade de humor. Quando se pensa em algumas camadas de mulheres menos favorecidas, há também o impacto econômico que a menstruação acarreta com a compra de absorventes.