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Renata Simões

Renata Simões é diretora de Conteúdo Criativo para América Latina e Ásia da Getty Images, responsável por supervisionar a criação de conteúdo criativo para os dois mercados, além de gerenciar a equipe de colaboradores para orientá-los na criação de conteúdo relevante e vendável.

O cenário tecnológico no Brasil está testemunhando um aumento na tecnologia emergente. Empresas de vários setores estão ansiosas para desfrutar do poder das tecnologias, como IA, IoT, blockchain, DeFi, e incorporá-las em suas operações, produtos e serviços. Elas têm o potencial não só para capturar novos mercados, mas também para ajudar as empresas a passarem por períodos de crescimento baixo. Isso pode ser realizado por meio do aumento da eficiência operacional ou da reformulação do modelo de negócios da empresa para adotar uma abordagem com mais foco nas tecnologias.

O Brasil está posicionado como um hub tecnológico global que deve ser acompanhado de perto nos próximos anos, especialmente pela crescente digitalização como consequência da pandemia, além do seu status de maior economia regional. Entretanto, nossa pesquisa com consumidores, o VisualGPS, revela um desafio formidável para as empresas: o hype inicial da mídia provoca o interesse de marcas ao procurarem conteúdo visual, mas o interesse dos consumidores despencou porque as novas tecnologias não forneceram aos usuários as experiências que desejavam. No cenário tecnológico em evolução do Brasil, as empresas têm agora a oportunidade de criar experiências visuais significativas que se alinham com as expectativas dos consumidores para ter sucesso nesse mercado dinâmico.

A lacuna entre a expectativa e a realidade

Com cada inovação nova lançada ao mercado, os brasileiros parecem encantados pelas promessas de maior eficiência, melhores experiências para o usuário e novas formas de lidar com desafios complexos. Esse entusiasmo se reflete nos downloads mais populares da Getty Images: as imagens sobre “metaverso” dobraram em visibilidade no último ano, enquanto os visuais mostrando criptomoedas aumentaram 60%. Além disso, pesquisas por termos como “IA”, “casa inteligente”, “segurança cibernética” e “tecnologia digital” continuam crescendo.

Porém, à medida que a tecnologia avança e as limitações do mundo real ficam mais evidentes, um sentimento de decepção se espalha entre os consumidores. De acordo com nosso estudo recente com consumidores da VisualGPS, a ansiedade dos brasileiros sobre a forte dependência do mundo em relação à tecnologia aumentou 15% apenas nos últimos nove meses. Além disso, a edição mais recente da nossa pesquisa indica que o número de brasileiros que acredita que as criptomoedas substituirão o sistema bancário tradicional caiu 14% durante o mesmo período. E mais, o conhecimento dos consumidores sobre o metaverso caiu 8%, e seu conhecimento sobre realidade virtual diminuiu 5%. Em conjunto, todas essas reduções são bastante significativas.

Um obstáculo considerável para o metaverso ou a realidade virtual tem sido sua incapacidade para oferecer aos usuários as interações sociais que procuram. Muitos mundos virtuais sofrem uma falta de coesão social, fazendo com que os usuários se sintam isolados e desconectados uns dos outros. Construir mundos virtuais pode ser caro e demorado, o que leva à criação de ambientes mal projetados e menos interativos. Problemas técnicos, como atrasos e falhas nos servidores, prejudicam ainda mais a experiência do usuário, fazendo com que isso se torne menos agradável e mais frustrante.

IA: uma oportunidade de abrir um caminho mais preciso para o impacto positivo das tecnologias no Brasil

Neste cenário em constante evolução da tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) surge agora como uma oportunidade notável para mudar a forma que usamos a tecnologia no nosso dia a dia. O que os consumidores querem? A nossa pesquisa VisualGPS afirma que 3 em cada 4 brasileiros acreditam que a IA pode ajudá-los a ser mais produtivos, enquanto apenas 15% deles pensam que a IA é realmente mais inteligente do que os humanos. O futuro não é somente sobre exibir um mundo impulsionado pela inovação. Enquanto as marcas talvez escolham focar nessas novas tecnologias em suas narrativas, ainda existe um grau de abstração e desconexão que pode não ressoar de uma forma autêntica com o que os consumidores desejam atualmente nas representações visuais. Conforme a nossa pesquisa, 8 em cada 10 brasileiros preferem engajar com marcas que retratam um estilo de vida parecido com o deles em anúncios e comunicações.

Ao escolher os visuais, mantenha a simplicidade e retrate a tecnologia emergente como um aprimorador e facilitador de experiências interconectadas. Evite cenários que pareçam pouco autênticos, muito futuristas ou distópicos com tons azulados. Em vez disso, tente incorporar assistentes de IA a cenários da realidade, usando paletas de tons terrosos que promovam a confiança e uma sensação de fácil adoção, mostrando como a tecnologia pode criar um bom impacto no trabalho, casas, escritórios e locais cotidianos das pessoas.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Adnews

 

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