Skip to main content

Empresas na Ásia, África e América Latina estão atrasadas se comparadas a outras na Europa, Estados Unidos e Japão quando se fala sobre poluidores e suas respectivas emissões de gás carbônico, segundo uma iniciativa da Science-Based Targets, que reúne diferentes projetos, instituições e fundações que apoiam a mesma causa. 

Separadamente, um relatório lança dúvidas sobre se todas as empresas petrolíferas podem entregar os “cortes” de carbono que prometeram. De acordo com um think tank (laboratório de ideias, gabinete estratégico), estas empresas estão confiando em tecnologias não comprovadas.

‘Massa crítica’

A Science-Based Targets aconselha as empresas sobre como definir metas de redução de emissões em conjunto com a ciência climática. e comenta que as metas já foram adotadas por mais de 2.000 empresas no valor de US$ 38 trilhões em 70 países e em 15 indústrias. Os autores dizem que nos setores mais poluentes uma massa crítica de empresas (27%) aderiu à iniciativa.

Eles acreditam que isso pode ser um ponto de inflexão positivo, pois os gigantes poluentes influenciam as ações em toda a cadeia de suprimentos. Mais da metade das empresas que estabelecem metas estão nas nações ricas do G7, mas também há participantes da China, Índia, Brasil, Coreia do Sul e África do Sul. O relatório aponta que Canadá e Itália estão ficando para trás, e ainda adiciona que África e Ásia precisam de mais participantes.

O documento diz:

  • Cerca de 80% das metas aprovadas pelas empresas em 2021 estavam alinhadas com a referência para manter o aumento da temperatura global 1,5ºC acima dos tempos pré-industriais.
  • Entre 2015-2020, a maioria das empresas com  essa meta de 1,5°C cortaram as emissões duas vezes mais rápido que o necessário.

O ambientalista Tom Burke, do think tank E3G, recebeu a definição de metas.

“Esta é realmente uma boa notícia”, disse ele, “mas já é muito tarde. Já passamos do tempo em que deveríamos estar enfrentando as mudanças climáticas. É ótimo ter metas, mas há uma enorme brecha no governo e nas empresas entre metas e conquistas”.

‘Tecnologia não comprovada’

Um relatório separado hoje pediu cuidado sobre esses objetivos.

O think tank Carbon Tracker disse que as empresas de petróleo e gás estão baseando suas metas de emissões na venda de ativos poluentes, ou em tecnologias não comprovadas ou controversas. Isso inclui captura e armazenamento de carbono – ou compensação de carbono, que pode incluir árvores sendo plantadas para que as emissões industriais sejam compensadas.

A Carbon Tracker diz que os investidores devem perguntar se as metas das empresas não são apenas ambiciosas, mas também confiáveis. O autor, Mike Coffin, disse: “As tecnologias de mitigação de emissões representam um grande risco para os investidores e o clima porque a maioria está em um estágio inicial de desenvolvimento e soluções que envolvem o plantio de árvores exigem vastas áreas de terra. Os custos serão enormes e não está claro se serão tecnicamente viáveis ou economicamente viáveis”.

“Anunciamos nossa ambição de atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa para ativos operados até 2050. Como parte disso, estamos desenvolvendo roteiros detalhados de redução de emissões para as principais instalações e ativos”, afirmou. O relatório do Met Office desta semana disse que novos recordes globais de temperaturas são esperados novamente nos próximos anos.

Matéria traduzida do site bbc.com.

Quer saber mais? Não deixe de seguir o ADNEWS nas redes sociais e fique por dentro de tudo!

Leave a Reply