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Em tempos em que só se fala de Inteligência Artificial, as métricas viraram sinônimo de sucesso e os times de marketing estão cada vez mais guiados por líderes comerciais, é inegável chegar à conclusão de que a propaganda como a conhecemos até aqui mudou.

Não necessariamente para pior, é bom que se diga, mas mudou. Ponto final. A grande dúvida, portanto, se torna: qual seria o papel da publicidade dentro deste novo contexto, mais complexo e fragmentado? O que, na minha opinião, passa por dois caminhos que parecem ser até antagônicos à primeira vista, mas que podem ser complementares no médio prazo.

O primeiro deles nos remete ao passado e nos faz voltar às origens da nossa profissão. Afinal de contas, comunicar é informar, mas comunicar dentro de propaganda é, acima de tudo, emocionar para gerar ação. E quando falamos em emoção, não falamos somente em lágrimas, mas também no ato de causar reação prática no receptor da mensagem, seja ela através da comoção ou da empolgação.

Abrindo aspas para o pai do marketing moderno, Philip Kotler, “Publicidade é a ciência e arte de explorar, criar e proporcionar valor para satisfazer as necessidades do público-alvo”. Trocando em miúdos, publicidade é se conectar genuinamente com seu cliente através de marcas e produtos que sejam também genuínas ao seu estilo de vida, de modo que precisamos olhar, sim, para “o quê” estamos falando, e não apenas para “onde”.

Já o segundo caminho, menos romântico, mas igualmente importante, passa por entender o mundo onde estamos inseridos e as implicações que isso nos traz. Afinal, desenvolver estratégias e campanhas em 2024 não é nem de perto parecido com o cenário de vinte anos atrás. Afinal, naturalmente, a abundância de canais gera escassez de atenção.

E se a moeda principal que temos é a atenção do nosso consumidor, a realidade é que a nossa batalha ficou imensamente mais difícil. Ter uma campanha mais “genial” do que a do seu concorrente se tornou apenas parte do objetivo geral; hoje, temos que ser mais relevantes que o post dos amigos, o novo Reels do influenciador predileto, os grupos de WhatsApp e muito mais coisas que estão ao alcance das nossas mãos.

Desta feita, é simples incorrermos na conclusão de que é preciso trabalhar mais com a cabeça do que com o coração. Se pensarmos bem, no entanto, um anúncio puramente racional, se desprovido de uma vantagem realmente imbatível, tem um altíssimo potencial de virar apenas paisagem. Em outras palavras, temos cenários quase antagônicos dentro de uma mesma realidade.

Estamos falando, literalmente, de dois lados da mesma moeda, não necessariamente de moedas distintas. E, aqui, cabe a nós entendermos para qual lado vai pender a balança em cada uma das decisões diárias que tomamos com nossos clientes.

No frigir dos ovos, a “nova propaganda” é feita por ainda mais mãos para que ela possa chegar às pessoas certas. Menos ego, mais colaboração e uma dose ainda maior de dados com coragem. Vamos juntos?

 

Henrique Rojas é Head de Criação e Estratégia na Peppery, empresa do Brivia_Group. Com mais de 18 anos de experiência na indústria publicitária, sua paixão por desenvolver talentos e promover uma cultura colaborativa e criativa o impulsiona na busca pelas melhores campanhas e resultados para os seus clientes.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do veículo

 

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