Começo este artigo com um questionamento: você já parou para pensar qual é o seu propósito? Eu tenho feito, ao longo de toda a minha jornada pessoal e profissional, esta mesma pergunta, e entendi que o propósito está conectado intrinsecamente com o meu trabalho, com o meu estilo de vida, com as relações que eu construo e até mesmo nas minhas tomadas de decisões. Não por menos, o fato é que o propósito, que não é apenas uma mera palavra, pelo significado, bagagem e importância que ela emprega, amplia o meu campo de aprendizagem. Me torno, inclusive, um líder melhor.
Assim como enfatiza o conceito de ‘lifelong learning’ [formação contínua, em tradução livre], o aprendizado não tem um prazo de validade, se estende para além da sala de aula. O propósito segue a mesma dinâmica, é construído todos os dias e preenchido com valores, muitos deles inegociáveis. O vejo muito como um legado, que podemos enraizar no mundo e nas pessoas; é também uma forma de autoconhecimento.
Segundo o relatório Intangible Asset Market Value Study (IAMVS), o valor de uma empresa, hoje, é composto por apenas 17% de ativos tangíveis, como produtos e patrimônio. Enquanto isso, os intangíveis (marca, processos de qualidade, propósito, bandeiras levantadas, relacionamento com o cliente) representam 84% de um negócio.
Ou seja, os consumidores sabem o que os tocam, como se sentem representados e compreendem se o propósito de uma empresa está ou não conectado com as suas projeções e valores. É claro que foi preciso muita discussão e descentralização das narrativas para que isso pudesse acontecer. O movimento “se eu não me vejo, eu não compro” é um grande exemplo disso, que partiu de inquietações importantíssimas.
Essa bola foi cantada também em Cannes, o maior festival de criatividade do mundo. A fala do apresentador e escritor Jay Shetty revelou um dado interessante da Cone/Porter Novelli sobre o assunto: 66% das pessoas estão dispostas a trocar um produto que já compram por outro de uma empresa com propósito.
O fato é que o propósito, quando falamos de empresas e campanhas, se tornou um elemento essencial para a construção de uma conexão genuína e duradoura entre marcas e consumidores. Deixou de ser um diferencial e passou a ser uma premissa básica dos negócios, especialmente na contemporaneidade, quando os temas de representatividade, diversidade, inclusão e sustentabilidade têm ganhado o destaque merecido.
Hoje, estou em uma intensa jornada de entrelaçar o meu propósito pessoal com o profissional, pois vejo que, em muitos momentos, são indissociáveis. E defendo: o valor do propósito na vida de uma pessoa não pode ser subestimado, já que é uma partícula de nossa identidade, nos dando subsídios para entender o nosso lugar no mundo, o que queremos alcançar e quem queremos impactar.
Há quem diga, que o propósito é algo superior a nós mesmos, algo que aponta para a nossa vocação, com o que devemos trabalhar para a configuração de um mundo melhor. Propósito e felicidade andam de mãos dadas, e é essa mensagem que devemos levar na bagagem todos os dias. Como líder, é o meu dever ser um esperançoso nesse sentido e incentivar quem está no meu guarda-chuva que seja, sim, o protagonista de seus propósitos, seja nos negócios ou na vida.
*Foto de capa: Freepik
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