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Por Allan Fernandes, Chief Business Officer da 3C Gaming

Não é segredo para ninguém que os eSports vêm crescendo em um ritmo acelerado nos últimos anos, uma consequência da profissionalização, investimentos e eventos cada vez maiores. Em 2022, por exemplo, o streamer Alexandre Borba Chiqueta, conhecido como Gaules, alcançou um recorde de 710 mil espectadores simultâneos no Brasil ao transmitir um jogo do campeonato de Counter-Strike do time brasileiro de eSports Imperial. Para se ter uma ideia deste número, o jogo entre Flamengo e Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro 2022 teve uma audiência de 3,8 milhões de espectadores. Vale ressaltar que muitos lares brasileiros ainda não contam com acesso à Internet e o futebol segue como a modalidade com mais adeptos no país. Exposta essa lacuna, podemos imaginar o potencial de crescimento que a audiência dos games têm no Brasil, hoje com cerca de 214 milhões de habitantes.

Segundo a pesquisa Game Brasil 2022 (PGB 2022), 63,2% dos gamers dizem acompanhar ou assistir eSports. Além da live do Gaules, que alcançou números impressionantes, o Major de CS:GO do Rio de Janeiro, em novembro do ano passado, chegou a um pico de 1,4 milhão de espectadores simultâneos, número maior do que muitos eventos esportivos, musicais e de entretenimento pelo mundo.

O cenário para 2023, portanto, é muito promissor, assim como nos anos anteriores. Um dos trunfos, sobretudo para os games mobile, deve ser a implementação da rede 5G no Brasil. Com uma internet móvel com velocidade e alcance maiores, o número de travamentos, bugs e legs deve diminuir – assim esperamos todos – substancialmente, o que com certeza tornará os jogos mobile mais atrativos para qualquer pessoa interessada em buscar um momento de lazer democrático e flexível, que pode ser desfrutado a partir de um device a qualquer hora (já que as partidas multiplayer acontecem 24/7) e em qualquer lugar, seja no ônibus para o trabalho ou até mesmo aguardando uma consulta médica.

Parte dessa democratização passa, também, pelo cloud gaming, que vem crescendo substancialmente no mundo todo (ainda que de forma mais tímida na América Latina). Esta é uma tendência que tende a se expandir no Brasil juntamente com o 5G e, principalmente, democratizar os games para pessoas que hoje não têm condições de montar um setup para títulos como Fortnite e outros menos acessíveis. Plataformas como Xbox Cloud e GeForce Now, que permitem que os jogadores possam desfrutar de títulos em qualquer device, apontam que o futuro dos games passa pela nuvem, além da conectividade e do play anywhere que o mobile oferece.

Há ainda outro fator que deve beneficiar os jogos e apps para celulares neste ano: o fato de que a indústria para consoles está lidando com muitos atrasos no desenvolvimento de novos títulos, o que acaba desencorajando os usuários desta plataforma. O exemplo mais célebre é o do Cyberpunk 2077, que foi inclusive retirado do mercado para a correção de bugs mesmo após vários atrasos no desenvolvimento. Todos esses indicativos colocam os celulares como uma das opções mais viáveis e versáteis para aproveitar os games (e também as lives e transmissões), sobretudo quando levamos em conta o número de 242 milhões de smartphones no Brasil, de acordo com a FGV – mais celulares do que habitantes!

Outro exemplo que nos dá uma ideia da força do mobile em 2023, é que a primeira edição da CPN, campeonato de Free Fire criado por Bruno Góes, o Nobru, em 2020, terá um inédito formato 100% disputado nesta categoria, ou seja, sem emuladores. O torneio contará ainda com as lines profissionais dos times que disputam a LBFF (Liga Brasileira de Free Fire) por conta do calendário diferenciado em adoção neste ano.

O país já é um nome muito forte no cenário gamer global. Ocupamos, atualmente, a 5ª colocação do ranking em número de entusiastas, ainda dominado por China (1) e Estados Unidos (2), países com população e economia consideravelmente maiores do que a nossa. Por outro lado, é animador saber que mesmo com todas as dificuldades que a nação gamer brasileira ainda enfrenta, é crescente o número de marcas, organizações e até mesmo celebridades que já notaram o quão promissor é este mercado e destinam quantias grandes de investimento para ajudar no desenvolvimento do setor. Que venha 2023, o ano do mobile.

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