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A Seleção Brasileira de Futebol Feminino chegou à Austrália para a Copa do Mundo com uma forte declaração sobre os direitos humanos. O time pousou em Brisbane, capital do estado australiano de Queensland, na manhã desta quarta-feira (5) em um avião adesivado com as fotos dos iranianos Mahsa Amini e Amir Nasr Azadani na cauda.

No corpo do avião, estavam as frases ‘Nenhuma mulher deve ser forçada a cobrir a cabeça’ e ‘Nenhum homem deve ser enforcado por dizer isso’, em alusão à morte da jovem Mahsa Amini, espancada por deixar escapar uma mecha de cabelo, e à prisão do jogador Amir Nasr Azadani, detido durante uma manifestação pelos direitos das mulheres iranianas e condenado a 26 anos de pena em regime fechado.

A morte de Amini, depois de ser detida pela Polícia da Moralidade do Irã em setembro do ano passado, provocou protestos generalizados em todo o país e aumentou a resistência ao tratamento dado às mulheres pelo governo.

A declaração do Brasil ocorre depois que a FIFA confirmou que as atletas não teriam permissão para usar braçadeiras de arco-íris, como previsto na campanha ‘One Love’ em defesa da população LGBTQIAPN+, apresentando oito alternativas de manifestação para as equipes escolherem apoiar no campeonato.

No ano passado, algumas seleções europeias anunciaram que utilizariam o acessório na Copa do Mundo 2022 como forma de demonstrar apoio à causa e criticar a legislação homofóbica do Catar, país-sede do Mundial.

Porém, para amenizar a situação, a FIFA implementou a regra que proíbe qualquer manifestação política em suas competições oficiais. Na Copa do Mundo Feminina deste ano, a polêmica braçadeira seguirá banida, e as jogadoras que contrariarem a regra poderão receber punições, como cartão amarelo.

Seleção sem Marta

Em meio à polêmica das braçadeiras, antes da equipe decolar de Brasília (DF) na segunda-feira (3), a superestrela Marta confirmou que esta seria sua última Copa do Mundo. A atacante brasileira integra a comunidade LGBTQIAPN+ e é noiva da também jogadora de futebol Toni Deion Pressley.

“Temos que entender que chega um momento de priorizar outras coisas. Ter a chance de ir para mais uma Copa do Mundo, a minha sexta, é surreal para mim”, disse.

Sob o comando da técnica sueca Pia Sundhage, o Brasil espera chegar o mais longe possível na competição e dar à Marta a oportunidade de se tornar a primeira jogadora a marcar em seis Copas do Mundo. A seleção brasileira está no Grupo F e enfrentará o Panamá em sua estreia no Hindmarsh Stadium, em Adelaide, no próximo dia 24.

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