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Rejane Romano

Rejane Romano é jornalista, pós-graduada em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo (USP) e atualmente é diretora de comunicação na agência DPZ.

Final de ano e lá vêm aquelas listinhas, mesmo que mentais, com os compromissos para um novo ano. Como que em uma folha em branco elencamos promessas para um novo ano. Iniciar ou retomar os exercícios físicos, fazer um curso e aprender uma nova língua são campeãs de audiência. Nas empresas não é diferente. Sob o nome de planejamento são mapeadas iniciativas que ao longo do ano se tornarão realidade. Ou não…

Assim como nossas listas pessoais, os planejamentos empresariais nem sempre ganham vida. São suplantados pela falta de tempo, dinheiro e, sim: vontade. Mas, se inicialmente integram nossas listas de desejos, por que ao longo do caminho desaparecem como num piscar de olhos?

Simples: falta de metas específicas e acompanhamento periódico. Vamos a um exemplo que me é caro – e que confesso está na minha listinha para 2023 -, ampliar a diversidade na empresa. A palavra diversidade por si só é muito ampla e pode agregar inúmeros recortes e necessidades. Então, ao estipular metas, se faz necessário como passo número um identificar qual diversidade iremos observar.

Feito esse filtro, vamos às metas. Qual o objetivo? Que número pretendemos alcançar neste ano? Com essas duas perguntas já conseguimos desenhar a estratégia que será acompanhada periodicamente a cada etapa. Se quero mais pessoas diversas na empresa (mulheres, negres e pessoas LGBTQIAP+), como divulgar as vagas e onde encontrar essas pessoas são pontos importantes. Porém, mais que isso, é fundamental mapear quais vagas terei na empresa para incluí-las. E, por falar em inclusão, é preciso estabelecer iniciativas para que essas pessoas de fato se sintam incluídas e num ambiente acolhedor.

Porque se o compromisso é ampliar a diversidade na empresa e, ao final do período, tiver contratado 20 pessoas com recorte de diversidade e terem continuado na empresa apenas 3 pessoas, isso quer dizer que a meta não foi alcançada.

Questões como o “degrau quebrado”, o diversity washing e tantos outros impedimentos para que diversidade e inclusão sejam contempladas se tornam – infelizmente – uma realidade, pois ao invés da conclusão daquele planejamento que ficou para trás, o que temos são promessas.

Metas específicas e acompanhamento periódico apoiam que desejos se tornem factíveis. Só construímos esse processo a partir da premissa de que investir em diversidade não é assistencialismo. A palavra é investir, pois ao desenhar as metas indubitavelmente passaremos pela necessidade de um budget para as ações que iremos adotar, sejam de letramento, treinamento, consultoria… E, no mundo dos negócios, o investimento é atrelado ao retorno.

O retorno com a diversidade (que já citei timidamente em meu primeiro artigo aqui) é observado desde o alcance nos negócios, ao evitar danos para a imagem da empresa e na contribuição que temos para uma sociedade definitivamente melhor e plural. O conceito ESG ganhou holofotes no ambiente financeiro não por acaso. Pensar num futuro, em longevidade para os negócios, é também pensar no “s” de social. É pensar nas pessoas.

Então na minha listinha de desejos/compromissos para 2023 tenho sim a diversidade como uma prioridade e já sobre a mesa o olhar atento para as metas específicas e o necessário acompanhamento periódico. E, você, enquanto profissional, com qual meta já se comprometeu para 2023? Não vale aquela sua meta de crescimento pessoal, mas algo que seja bom para o seu negócio, para a sociedade e para o seu legado. Reflita.

Rejane Romano, engajada, ativista e jornalista, pós-graduada em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo (USP), já coordenou a comunicação do Grupo Ethos e atualmente é diretora de comunicação na agência DPZ.

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