A Sea Shepherd Brasil, organização de conservação marinha, lançou a campanha “Bye Bye Shark” para alertar sobre os impactos ambientais e de saúde relacionados ao consumo de carne de tubarão e raia, frequentemente comercializada sob o rótulo genérico de “cação”. A ação, criada pela VML Brasil, inclui medidas de conscientização e uma Ação Civil Pública (ACP) que busca interromper as compras públicas de carne desses animais e exigir rotulagem adequada.
Segundo a organização, 83% das espécies de tubarões e raias comercializadas no Brasil estão ameaçadas de extinção, incluindo o tubarão-azul, amplamente capturado no país. “Cação” é o nome usado para comercializar carne de tubarões e raias, muitas vezes sem identificação da espécie. Além disso, um estudo realizado pela Fiocruz em parceria com a Sea Shepherd Brasil revelou altos níveis de metais tóxicos, como mercúrio e arsênio, na carne desses animais, representando riscos à saúde, especialmente para crianças e gestantes.
“O mascote Bye Bye Shark é um convite para que cada pessoa entenda a importância de preservar o oceano e a vida marinha, e reflita que manter hábitos com o devido conhecimento é o melhor caminho para proteger o planeta”, afirma Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.
Simultaneamente ao lançamento da campanha, a Sea Shepherd Brasil protocolou uma Ação Civil Pública exigindo a proibição das compras públicas de carne de tubarões e raias e maior rigor na rotulagem desses produtos no comércio geral. “Buscamos, usando elementos da cultura pop, sensibilizar as pessoas sobre algo que passa despercebido para a maioria de nós: muitas vezes, achamos que cação é um peixe abundante e uma opção saudável na alimentação, quando, na verdade, podemos estar contribuindo para a extinção de espécies ameaçadas e colocando nossa saúde em risco”, explicam Gabriel Carletti e Victor Castelo, diretores de criação da campanha.
A campanha também utiliza um filme com o mascote animado Bye Bye Shark para sensibilizar o público, alertando sobre os impactos do consumo. “A linguagem da animação é uma forma de conectar as pessoas de forma mais emocional e palpável para o problema”, complementam os diretores.
A iniciativa inclui uma petição pública para apoiar a ACP, além de ações digitais, outdoors e parcerias com influenciadores. O objetivo é engajar a sociedade na defesa dos tubarões e raias e alertar para os perigos do consumo desses animais. “Queremos que o maior número possível de pessoas apoie esta causa compartilhando o filme ‘Bye Bye Shark’ nas redes sociais, assinando a petição e se engajando em ações de conscientização”, reforça Nathalie Gil.
O Brasil, maior consumidor e importador de carne de tubarão no mundo, desempenha um papel central em uma cadeia de pesca predatória global. A Sea Shepherd Brasil espera que a campanha “Bye Bye Shark” contribua para mudar essa realidade e promover escolhas mais conscientes.