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O fotógrafo Jacques Dequeker completou seus 20 anos de sucesso com uma carreira brilhante, com diversos jobs com celebridades e participações em trabalhos com marcas. E após muito sucesso, o fotógrafo resolveu mergulhar no mundo audiovisual para aprofundar ainda mais seu olhar e senso crítico. 

Seu começo já deu o que falar, durante a pandemia, Jacques já entrou para a história e desenhou um projeto de desfiles virtuais em parceria com diversas marcas e influencers digitais do país. Sem contar com a construção de uma estrutura circular de LED’s com cerca de 4 metros de altura e 11 metros de diâmetro. Vale a ressalva que nunca ninguém havia feito um trabalho similar. 

Alguns de seus outros trabalhos de destaque tiveram a participação de estrelas da música, como Pablo Vittar e Jerry Smith, em uma ação com a gigante Coca-Cola. E um clipe completamente gravado dentro de casa com o MC Guimê, o ‘Fight’ (Jovem Milionário). Com o auxílio de Lexa, esposa do MC, o diretor do clipe auxiliou e instruiu o casal em questões de enquadramentos e fotografia. 

 

Conversamos com Jacques para saber um pouco mais de como foram esses 20 anos de carreira e como está sendo sua produção durante a pandemia. Confira a entrevista:  

ADNEWS – Jacques, de onde surgiu o interesse em se dedicar ao mundo audiovisual?

Jacques Dequeker: O universo da imagem sempre me fascinou. As formas como Salvador Dalí e Helmut Newton interpretam o nosso imaginário me são referências até hoje nos meus trabalhos. Fui um dos primeiros a fazer fashion film no Brasil, antes tinha making of, mas filme de moda é outra coisa. Eu fiquei um ano na fila de compra até adquirir uma câmera Red que é um equipamento de altíssima qualidade. Na época, o James Cameron comprou 30 câmeras e acabou com o estoque. Foi com uma dessas em mãos que gravei o Polaroid Circus, filme que me trouxe o prêmio de melhor fotografia no Festival de Gramado. Também inovei ao fazer um desfile todo em 3D para a Ellus. Fizemos o desfile e a campanha. Com os fashion films representei o Brasil cinco vezes no La Jolla Fashion Film Festival. Criei a DQKER nation (revista digital 100% hospedada no Instagram). E nos últimos anos tenho me dedicado a direção de vídeo clipes musicais.

AD – Como foi a sua experiência com um projeto on-line durante a quarentena?

JD: Eu nunca fiquei parado, minha cabeça gira numa rotação de milhão. Aproveitei a quarentena para apresentar algo novo. Bem no início do isolamento, conversei com a diretora criativa da plataforma FHits e apresentei o projeto dos desfiles virtuais. A minha mulher, Juliana Dequeker, virou modelo, stylist e maquiadora. Somos apenas nós dois, ela a frete das câmeras e eu atrás. Fiz a direção remota do clipe do MC Guimê, tudo por uma ligação de Facetime.

AD – Como está sendo para você trabalhar dentro de casa durante a pandemia?

JD: Readaptei minha rotina. Minha casa virou meu estúdio, escritório, produtora. Todos os
trabalhos começam e terminam no meu apartamento. Tenho como característica ser uma
pessoa agitada, conectada, então não preciso de um lugar silencioso para trabalhar.

AD – Agora, no mundo audiovisual, quais são as suas expectativas?

JD: O trabalho em audiovisual é uma atividade de grupo e de troca de ideias e experiências.
Acredito que no geral, após a pandemia, todas as formas de trabalho vão ser repensadas. Outras coisas vão ser priorizadas, novas formas de produzir e consumir conteúdos já estão surgindo. É um momento de aprendizagem.

AD – Antes de iniciar um projeto, como é pensado e na produção, como ele é feito? 

JD: As etapas de um projeto são: brainstorm e muitas, muitas ideias; desenho do projeto e ver o que é possível ou não dentro do budget (roteiro, argumento, storyboard); escolha da equipe; casting; locação; direção de arte; e a partir daí começa a produção com toda a ordem do dia (o cronograma detalhado de atividades); com o material bruto a gente começa a pós (tratamento de imagem e som, coloração, efeitos gráficos, edição e renderização).

AD – Há 20 anos, como você se inseriu no mundo da fotografia? Pode nos contar um pouco mais da sua trajetória?

JD: Antes de ser fotógrafo eu trabalhei em um porto de San Diego (EUA), fui também professor de boxe em Porto Alegre e depois de algumas andanças pelo mundo, voltei ao Brasil decidido a ser fotógrafo. Trabalhei com Paulo Vainer e Jairo Goldflus até decidir seguir minha própria
trilha. Em julho 2000 fotografei a minha primeira Vogue Brasil, desde então já são mais de cem capas assinadas por mim. Agora completo 20 anos de carreira com um portfólio que me traz orgulho. Fotografei de tubarões a Gisele Bündchen.

AD – Você daria alguma dica para os universitários ou todas as pessoas que planejam ter uma carreira de sucesso tão extensa como é a sua?

JD: Meu conselho é: seja curioso e atento ao mundo. O audiovisual muda sua dinâmica
rapidamente e precisamos acompanhar e se possível estar com uma visão a frente do tempo. Vejam filmes, desfiles, exposições, livros de fotografia, arte. Eduquem o seu olhar.

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