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Plataforma “O mundo que sei” traz podcast e série documental que revelam a visão infantil sobre futuro, diversidade e outros temas.

A sociedade é construída por meio de diversos pontos de vista, que envolvem fatores como condição monetária, etnia, cultura, nível de escolaridade, local de moradia, e inúmeros fatores que diferenciam uns aos outros. Durante a pandemia de Covid-19, muitas pessoas enfrentaram uma série de protocolos sanitários de acordo com suas respectivas realidades, o que evidenciou ainda mais essa disparidade.

Muitos dos debates acerca dos impactos que isso causaria na população se concentrou na saúde mental, principalmente das crianças, que passaram um longo período de seu processo de desenvolvimento em isolamento social. No entanto, não houveram preocupações sobre como o ponto de vista delas sobre esse momento seria representado.

Pensando nisso, a Bebok, uma agência de comunicação independente e engajada, realizou o próprio desejo de desenvolver um projeto de maior relevância social. Com o fim da pandemia, a agência reuniu pessoas, marcas e empresas em torno de uma comunicação que trouxesse discussões mais importantes.

Dessa forma nasceu “OMQS” ou “O mundo que sei”, uma plataforma multimídia com patrocínio da escola espaço ekoa, que apresenta, por meio de podcasts e uma série documental, a perspectiva das crianças sobre elas mesmas, a infância, o futuro e outros temas que buscam ampliar a participação infantil no diálogo cotidiano

“A escuta é um dos grandes desafios desse começou de século e que ‘O mundo que sei’ se propõe a enfrenta-lo a partir desse viés para a infância”, declarou o idealizador do projeto e sócio da Bebok Fabio Guedes em entrevista ao Adnews.

Para captar diversas realidades, o projeto contou com uma pesquisa etnográfica, conduzida pela antropóloga Adriana Friedmann, que entrou em contato com 170 crianças, de 6 a 12 anos, de cinco regiões de São Paulo, a fim de abraçar os diferentes perfis culturais, sociais e econômicos da cidade.

 

Série Documental

Na série documental, composta por nove episódios que já estão disponíveis no YouTube, 23 crianças, incluindo algumas das entrevistadas, compartilham suas vivências distintas. Para abordar isso de modo a atingir todos os públicos, a série mescla elementos de fantasia e realidade, construindo uma narrativa ficcional sobre a personagem Solo, uma inteligência alienígena que viaja 50 anos-luz para conhecer melhor a Terra.

Encarnada em uma televisão dos anos 1970, a inteligência se comunica com as crianças com perguntas sobre este mundo. Durante as dinâmicas que envolvem jogos e entrevistas, os jovens fornecem depoimentos reais e pessoais sobre meio ambiente, respeito, diversidade, saúde mental, afeto, tecnologia e outros assuntos que são explorados ao longo dos episódios.

“O princípio ético da relação com a criança é a base de tudo para obtermos essas respostas de maneira espontânea, mostrando que queremos aprender com ela”, adicionou o idealizador do projeto.

A série foi produzida pela Social Docs, uma produtora voltada para projetos e ações ESG, e contou com o roteiro de Gisele Mirabai, direção de Victor Ribeiro, produção executiva de Vera Haddad e Marcelo Douek e é uma realização de Henry Grazinoli,

“Nosso grande desafio foi criar uma linguagem única, atual e que mantivesse, no audiovisual, a leveza própria das crianças para tratar de assuntos tão sérios e, muitas vezes, pesados. Acho que conseguimos”, afirma Grazinoli.

Assista ao trailer aqui:

 

Podcast

Já o podcast segue uma outra vertente. Nessa forma de debate, mediado pela jornalista e diretora de conteúdo de OMQS Giuliana Bergamo, os convidados , que são adultos, iniciam as conversas após escutarem a cortes dos depoimentos das crianças que estiveram presentes no documentário. Dessa forma, o projeto cria um ecossistema de conteúdos que amplifica o debate acerca dos temas abordados pelos mais jovens.

“As crianças que participaram do projeto falam não apenas sobre elas, mas sobre nós, adultos. No podcast, abrimos esse diálogo para pensar o nosso presente e o futuro do planeta e da humanidade”, diz Giuliana.

Com a duração média de 35 minutos por episódio, eles tratam mais perspectivas sobre os mesmos temas abordados pelas crianças na série, como futuro, afetos e brincadeiras, saúde mental, diversidade, tecnologia, experiências virtuais, o papel da educação e violência.

Entre as pessoas convidadas estão as psicanalistas Ilana Katz e Julieta Jerusalinsky, os educadores Reinaldo Nascimento, Marcos Mourão e Lucilene Silva, a musicista Renata Mattar, as escritoras Trudruá Dorrico e Janaína Tokitaka, o escritor e ilustrador Caco Galhardo, o secretário de cultura de Jundiaí Marcelo Peroni, a arquiteta Ursula Troncoso, a consultora em diversidade e antirracismo Ellen Souza, a influenciadora digital Pepita e a diretora da ONG Childhood Laís Perreto. Todos eles são responsáveis por construir um ambiente de comunicação sólido e profissional.

“Queremos que as crianças se percebam como agentes do mundo contemporâneo que estão presentes nas discussões sociais, e que os adultos escutem essas crianças e aprendam a lidar com essa geração totalmente diferente. Eles são nativos digitais, estão encarando guerras, mudanças climáticas e estão preocupadas com a forma que elas vão se inserir nesse mundo que parece estar chegando ao fim… Muito provavelmente elas vão crescer com um ativismo muito latente, buscando a melhor forma de regenerar esse mundo”, finaliza Fabio Guedes.


*Com supervisão de Jéssica Bitencourt 

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