O Dia dos Namorados deve ajudar o varejo a aliviar as perdas econômicas sentidas no ano, ainda que com uma arrecadação mais tímida do que em 2021. De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas do comércio brasileiro voltado à sexta data comemorativa mais importante do setor deverá totalizar R$ 2,49 bilhões, já descontada a inflação.
Carro-chefe das vendas neste período, o segmento de vestuário, calçados e acessórios deverá movimentar R$ 1,049 bilhão, o equivalente a 42% do total. De forma semelhante, o segmento de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deve responder por fatia relevante das vendas totais (R$ 956 milhões ou 38%), enquanto as vendas de itens de farmácias, perfumarias e cosméticos devem responder por pouco mais de 7% de toda a movimentação financeira esperada.
Apesar do montante, o resultado das vendas registra um recuo de 2,6% em relação à mesma data do ano passado. O cenário de fragilidade de consumo foi responsável por uma perspectiva de ganhos mais reduzidos que reflete fatores como inflação, juros mais elevados e queda do rendimento médio real do trabalho. A situação é especialmente desfavorável para o público mais jovem, cuja taxa de desocupação se situa acima da média.
O presidente da Confederação, José Roberto Tadros, falou sobre as vendas no Dia dos Namorados:
“Todos esses fatores acabaram influindo nas estimativas de vendas para a data. Mas precisamos ter confiança nos resultados dos esforços que as autoridades econômicas estão fazendo, principalmente, em relação ao controle da inflação, que desestabiliza a economia e prejudica empresários e consumidores.”
Preços com aumento recorde
A movimentação financeira esperada para o Dia dos Namorados deverá se situar em patamar semelhante ao verificado em 2019, quando as vendas do setor totalizaram R$ 2,47 bilhões. Em 2020, o setor registrou queda histórica de 21,5% na comparação com o ano anterior, recuperando-se em 2021, com avanço de 32,2%. O economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, aponta que o preço mais alto também será um fator preponderante este ano, com praticamente todos os itens de consumo custando mais caro do que um ano atrás.
“Pressionados pela oferta, os preços associados à data devem estar, em média, 10,7% mais caros que no ano passado. Se confirmada essa expectativa, seria a maior variação do preço médio desses itens desde o início do levantamento realizado pela CNC em 2013”, destaca o economista. Ele acrescenta que as variações mais acentuadas devem ocorrer nos preços de pacotes turísticos (+21,0%), roupas masculinas (+20,65%) e flores naturais (+19,4%).
Essa matéria originalmente foi escrita por Camila Stucaluc e publica no SBT News.
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