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Patrícia Marins

Patrícia Marins é apaixonada pela comunicação verdadeira e transformadora. Sócia-fundadora da Oficina Consultoria e sócia do Grupo In Press, também é cofundadora do Women on Board, diretora da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), embaixadora do SheInc e conselheira do MeToo Brasil, do Congresso em Foco e do Movimento Expansão.

O que podemos aprender com a crise da OpenAI? Que a reputação tem o poder de estabelecer a cifra de uma empresa.

Se você não está por dentro do que está acontecendo, sugiro ler o resumão feito pelo Adnews nesta quarta-feira (22), que também estampou a capa do Último Segundo no Portal iG.

A demissão de Sam Altman, CEO da OpenAI, pelo board da empresa, deu início ao que parece ser a maior crise do setor da tecnologia dos últimos tempos.

Sem mais detalhes, quebra de confiança foi o motivo dado para o desligamento de uma das maiores referências em Inteligência Artificial da empresa que, até então, lidera a corrida da IA Generativa.

O que aconteceu depois foi uma sucessão de erros, no ponto de vista de gestão de crise. O resultado? Perda de dois fundos de investimento que portariam novos recursos a um valuation de US$ 86 bilhões, além da quebra de confiança e o risco de perder mais de 550 funcionários. Isso até o momento.

Antes de cada palavra postada, reunião, transação etc., é preciso levar em consideração o impacto na imagem da organização. A regra do jogo é simples: ações geram efeitos diretos nos resultados, nos lucros.

É assim que funciona a Economia da Reputação. Já escrevi um artigo sobre o tema.

Dito isso, podemos tirar grandes lições dessa crise:

  • Antes da tomada de decisão, analise o contexto. Ao que tudo indica, o board não ponderou os desdobramentos da demissão e os impactos para a organização;
  • Antes de vir a público, alinhe as mensagens com os stakeholders. O principal investidor da OpenAI, a Microsoft, não foi avisado sobre a demissão, o que intensificou a crise;
  • Estabeleça uma comunicação baseada na verdade. A demissão foi gerida com uma nota fria, acusando o ex-CEO e lançando suspeitas sobre a sua reputação;
  • Crises locais se tornam globais em duas horas. Foi o que aconteceu;
  • Os colaboradores são os principais porta-vozes (ou detratores) de uma empresa em um cenário de crise. A carta dos funcionários da OpenAI dá o tom que na crise o público interno vem primeiro;
  • A saída de Altman preocupa os investidores da OpenAI, comprovando a importância da Economia da Reputação nesta conta;
  • Timing! Crise não combina com lentidão. O Conselho da OpenAI se manteve em silêncio sobre a decisão de demissão, enquanto o mundo desmoronava ao redor;
  • Transparência! Os motivos da demissão de Sam Altman foram confrontados por vários executivos influentes da empresa. O Conselho se calou, aumentando a desconfiança sobre a sua própria competência. E, segundo a newsletter The Shift, “garantiu que Altman se tornasse o herói desta história. Até agora, grande parte da atenção centrou-se no valor que foi destruído. ChatGPT é o produto mais atraente de uma geração. Se continuasse evoluindo conforme o planejado, teria provavelmente guindado a OpenAI à posição de ser uma das três ou quatro empresas de tecnologia mais importantes do mundo”.

Por último, mais uma dica: a jornalista Kara Swisher entrevistou Satya Nadella ontem, para o seu podcast On with Kara Swisher’, confira.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Adnews

 

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