O diretor Rene Sampaio já tinha feito um filme baseado em uma música do Legião Urbana. É Faroeste Caboclo, disponível na Globoplay, baseado na canção homônima. O mesmo Rene resolveu então pegar a música mais icônica do Legião, Eduardo e Monica, e também transformou em filme. Eduardo e Monica, o filme, estreia nessa quinta nos cinemas. É fiel à musica, fofo, sem ser pegajoso, e uma delícia de ver.
Na história, Eduardo, feito por Gabriel Leone, conhece Mônica (Alice Braga) numa festa estranha com gente esquisita. Eles são completamente diferentes, além da diferença de idade entre os dois, signos diferentes, gostos diferentes. Aos olhos de outras pessoas, parece que o amor entre os dois nunca passará de alguns encontros. Só que quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?
O que achei de Eduardo e Monica?
A gente já ouve falar há muito tempo do filme. Para se ter uma ideia, ele foi finalizado em 2019. Mas aí veio a pandemia, e o resto é história. É fácil de entender a razão pela qual os produtores resolveram esperar. Isso porque o filme funciona e merece ser visto no cinema. Eu nunca fui uma das fãs enlouquecidas de Legião Urbana, mas sempre adorei a música Eduardo e Monica. Para quem viveu aqueles anos em que a canção foi lançada, o filme tem um apelo ainda maior, já que mexe com a memória afetiva de muitos. Ele inclusive faz uma ótima recriação de época, mas que não soa datada para os dias de hoje.
O bom do filme é que ele transporta esse romance para a tela de uma forma delicada, divertida, e nem um pouco exagerada. Sim , assim como na música, Monica quer ver filme do Godard, e Eduardo está prestando vestibular. A gente fica conhecendo um pouco mais sobre Monica, coisas não estavam incluídas na canção. Isso faz bem para a história. Ainda há referências à política da época, quando o país estava saindo da ditadura.
Alice Braga deu um tempo em sua carreira de Hollywood, onde fez recentemente Esquadrão Suicida, e também é produtora do filme. Funciona bem apresentando uma Monica complexa e fascinante. Mas quem realmente conquista é Gabriel Leone, que convence perfeitamente como um jovem de 16 anos. Sabe ainda demonstrar como é o amadurecimento de Eduardo, com relação à Monica e à vida. Com os dois, a gente faz uma incursão deliciosa nesse romance que, como todos, é cheio de percalços. Mas, ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz. Ou seja, a letra é verdadeira. Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
Eliane Munhoz
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