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É amanhã, ou melhor, hoje! Para os ansiosos, a Black Friday começa assim que o relógio marca meia noite. E como sempre, varejo e e-commerce estão aquecidos com ofertas atraentes para os consumidores. A movimentação no Brasil começa mais cedo a cada ano, com campanhas que duram o mês inteiro e buscam capturar a atenção de um público cada vez mais exigente, atestando que a data deixou de ser uma tradição importada da Terra do Tio Sam para efetivamente fazer parte da realidade brasileira. Não é à toa que 64% dos brasileiros adultos planejam comprar na edição deste ano.

O dado é de um levantamento da YouGov, multinacional especializada em pesquisa de mercado online. Realizado entre os dias 17 e 23 de outubro com uma amostra nacionalmente representativa de 1003 adultos com mais de 18 anos, o estudo também destaca que 15,5% dos brasileiros participarão da Black Friday pela primeira vez, e que apenas 5,2% dos entrevistados nunca ouviram falar da campanha.

A pesquisa revela ainda os desafios que as marcas terão que enfrentar nesse período, segundo as experiências negativas em edições anteriores relatadas pelos entrevistados. Para começar, 26,2% dos brasileiros que já participaram de edições anteriores da Black Friday visitaram lojas físicas lotadas e desconfortáveis, e esse é o problema que mais incomoda os consumidores do país. Outro quarto do público disse ter tentado comprar um produto que não estava mais em estoque, ou que estava, mas não com as características desejadas.

Pouco mais de um quinto dos brasileiros afirmam que as lojas (tanto online quanto físicas) estavam tão lotadas que não conseguiram concluir a compra, e 13,4% reclamaram de ter encontrado condições ocultasnos descontos que queriam usar para comprar. Notavelmente, quase três em cada 10 consumidores pesquisados dizem não ter encontrado nenhum dos problemas apresentados pela YouGov, sugerindo que a experiência de compra tem sido positiva para grande parte dos brasileiros.

Os consumidores que mais relatam ter enfrentado problemas durante a Black Friday são aqueles que acreditam que há descontos genuínos nessa campanha, embora não sejam os melhores do ano: 9,1% desses consumidores dizem que já tiveram problemas para pagar, sendo cobrados em dobro ou porque o preço não correspondia ao anunciado, em comparação com 6,6% da média; e 28,7% desses consumidores também tiveram o produto que queriam indisponível, um incômodo estatisticamente mais frequente do que o do comprador médio (24,6%).

A idade também parece estar relacionada a determinados problemas ao longo da Black Friday, avalia David Eastman, diretor-geral e comercial da YouGov na América Latina.

“Por exemplo, os jovens de 18 a 24 anos costumam reclamar que foram cobrados mais de uma vez ou com o valor errado. Por outro lado, adultos entre 45 e 54 anos são estatisticamente mais propensos a reclamar de lojas físicas lotadas ou de condições ocultas em descontos e promoções. Os consumidores com mais de 55 anos parecem ter tido as melhores experiências com a campanha, com quase a metade relatando não ter tido problemas com nenhuma das questões analisadas pela pesquisa”, afirma.

Intenção de compra? Temos!

Quem nunca “namorou” um produtinho na vitrine ou loja online que atire a primeira pedra (as minhas vão ficar bem guardadinhas). Intenção de compra, o brasileiro tem, mas o levantamento da YouGov mostra que os gastos permanecerão nos mesmos níveis: 42,8% dos consumidores que fizeram compras na Black Friday em anos anteriores e que farão compras agora pretendem gastar aproximadamente o mesmo que antes.

Em termos de confiança, a campanha varejista ainda mantém uma reputação relativamente boa entre os brasileiros. Apenas um quinto dos entrevistados afirma que o evento não oferece descontos reais aos consumidores. Mas, ao mesmo tempo, apenas 37,4% acreditam que a campanha representa a melhor época de pechinchas do ano. O estudo também destaca que os compradores com mais de 55 anos são os mais céticos em relação à autenticidade da Black Friday.

Os produtos queridinhos

Notebooks, smartphones, geladeiras frost free, brinquedos diversos e cursos de Ensino à Distância (sim!) são alguns dos itens mais procurados nas principais ferramentas de buscas da internet nas semanas que antecedem a Black Friday. É o que aponta o levantamento realizado pela Simplex, empresa especializada em aumento de tráfego, conversão e vendas online.

A startup franco-brasileira também compilou dados para entender o comportamento dos brasileiros durante o evento e auxiliar as marcas a aproveitarem boas oportunidades de conversão. De acordo com o estudo, os setores de eletrodomésticos e eletrônicos seguem, tradicionalmente, concentrando o maior volume de buscas referentes à data, junto com os de moda e brinquedos. Mas, educação e saúde também se destacam, com itens desejados pelos consumidores que esperam aproveitar os bons descontos.

Nas últimas semanas, eletrônicos como notebooks e smartphones cresceram 175% e 54% nas pesquisas, respectivamente. Já na seção de eletrodomésticos, geladeiras frost free (+413%), mixers (+337%), ventiladores (+268%), ar-condicionados (+143%) e air fryers (+126%) tiveram alta expressiva no período analisado. No segmento de moda, perfume feminino encabeça a lista, com crescimento de 595%. No topo das pesquisas por brinquedos estão os jogos de tabuleiro (+1.101%) e Legos (+691%).

Segundo o CEO da Simplex, João Lee, uma tendência que vem se consolidando desde 2020 é a Black Friday invadindo novos segmentos, como educação e saúde. No quesito educação, aumentou o interesse do consumidor pela modalidade de Ensino à Distância, que costuma ter valor mais acessível que a presencial, com os cursos de Direito EAD (+1.621%) e Psicologia EAD (+1.215%) liderando as pesquisas.

“Essa disseminação da data em outros setores é algo que vem ganhando força e que não víamos antes da pandemia. As empresas que se antecipam a uma Black Friday com novas áreas de interesse ganham vantagem”, analisa.

No quesito saúde, o executivo observa a adoção de campanhas de Black Friday pelas grandes farmácias do país. O levantamento da Simplex aponta uma maior concentração de buscas por medicamentos de uso regular e produtos para cuidados pessoais.

Bandeira verde para os lojistas

Os lojistas podem comemorar! Mesmo com brasileiros mais exigentes e economia por vezes desfavorável, as perspectivas para esta edição da Black Friday estão em alta. De acordo com um terceiro estudo, realizado pela agência MField, que consultou 2,3 mil consumidores sobre a expectativa de compra para o evento, a intenção cresceu 32,2% em relação ao ano passado. Em 2022, 43,4% compraram durante a data. Este ano, 75,6% pretendem fazer compras.

“O cenário parece bem mais otimista até mesmo pelo PIB em crescimento. O varejista deve esperar uma boa performance”, reforça João.

* Foto de capa: iStock

 

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