O mercado de trabalho está começando a olhar mais para as mulheres. É o que indica uma pesquisa realizada pela Taqe, plataforma de recrutamento e seleção digital. A análise revela que, em 2022, 68% das vagas foram preenchidas por mulheres. Além disso, enquanto em 2021, 53% dos cadastros eram de mulheres, em 2022, esse número subiu para 61%. Os dados levantados têm como base as contratações realizadas na própria plataforma.
“É evidente que ferramentas digitais têm ajudado as mulheres a terem acesso ao mercado de trabalho. Se analisarmos desde o ponto de vista racial, das pessoas contratadas que informaram sua autodeclaração no nosso sistema, 36% são mulheres negras. Esse número mostra que apesar do longo caminho que essas profissionais precisam percorrer, conseguimos ver um avanço para todo o mercado de trabalho”, analisa a diretora de Produto da Taqe, Ana Correa.
O levantamento avaliou também a renda familiar das pessoas contratadas, apontando que em 2022, quase 50% tem renda de 1 a 3 salários mínimos, e destes, mais de dois terços (72%) são mulheres. No total de mulheres com renda entre 1 e 3 salários mínimos, 54% são pretas.
“Na Taqe, as mulheres compõem 64% da equipe, 50% da diretoria, 66% da equipe fundadora na operação e 57% das lideranças da empresa. Isso reflete totalmente na nossa cultura, valores e, principalmente, nosso propósito, que é gerar oportunidades para as pessoas”, completa Ana.
Mulheres no mercado
A Adtail, agência de marketing digital full service, conhece bem a realidade mostrada no levantamento da Taqe. A agência possui um quadro de colaboradores composto por 68% de mulheres, e com 70% dos cargos de liderança também femininos.
“Trabalhamos para fazer diferente, para mostrar que não existe só um perfil de líder, para provar que quanto mais diversa é uma equipe, maiores são os resultados financeiros”, afirma Adriana Campos, CEO da Adtail.
Os dados são impressionantes quando contrastados com a média brasileira. Apenas 38% dos líderes empresariais são mulheres, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Grant Thornton no último ano. Há um avanço claro, visto que a mesma pesquisa indicou 25% em 2019, mas ainda falta bastante para uma proporção equiparada à dos homens.
Há mais de uma explicação para que a Adtail seja uma das poucas exceções à regra, desde a base da cultura organizacional até programas voltados para diversidade, como é o caso do Plural com o squad Empodera, que traz debates sobre a pauta feminina, modelos de gestão e outras orientações necessárias para o crescimento das líderes.
A desigualdade no mercado de trabalho ainda afasta muitas profissionais, e é preciso um esforço consciente para abrir mais portas e combater discriminações. O mesmo vale para a criação de ambientes mais inclusivos a outros recortes sociais, bem como no cuidado para a não reprodução de comportamentos machistas mesmo por parte de mulheres, razão pela qual o debate e conhecimento sobre pautas femininas é tão importante.
“Um espaço mais diverso, com diferentes repertórios de vida e que, de fato, viabiliza caminhos iguais para todos, cria ambientes com profissionais mais seguros e prontos para mostrar todo o seu potencial. Isso só traz benefícios para todos os lados”, finaliza Renata Borba, gerente de CRM da empresa.
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