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A Central Única das Favelas (CUFA) e a Frente Nacional Antirracista (FNA) acabam de lançar ‘The Prompt Bias’ (O viés do Prompt), um filme que denuncia o racismo estrutural presente em ferramentas criativas alimentadas por inteligência artificial. Concebido pela produtora Primo Content em colaboração com a Favela Filmes (braço audiovisual da CUFA) e a agência Africa Creative, o projeto pretende sensibilizar e conscientizar sobre os padrões racistas perpetuados pelas tecnologias modernas.

O filme destaca como as ferramentas criativas podem sutilmente difundir preconceitos e discriminações. A trilha sonora original foi composta por Halley Sound, complementando a narrativa impactante.

“Toda inteligência artificial veio de uma inteligência natural. Isso é óbvio, mas também é evidente que essa inteligência original impregnou o algoritmo com seus vieses algumas vezes racistas, propagados e difundidos por máquinas que estão fugindo do controle humano. Não podemos naturalizar o racismo. Devemos propor um novo código antirracista que repense a forma como a sociedade olha para pretos e pretas, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Essa é a grande denúncia e provocação que a CUFA faz neste filme”, afirma Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas.

Além do filme, o projeto inclui uma imersão com jovens da Favela Filmes para discutir como as novas gerações de profissionais do audiovisual podem enfrentar esses desafios. Esses encontros vão gerar um relatório de reflexões a ser levado para empresas de programação e linguagem, com o objetivo de ajustar os códigos e algoritmos até adotarem uma perspectiva mais solidária e antirracista.

“Nós lidamos com ferramentas de IA de geração de imagens e de textos o tempo todo em nosso dia a dia, criando histórias, filmes, clipes e comerciais. E em uma de nossas rotineiras pesquisas, nos confrontamos com esse chocante viés racista em umas das mais prestigiadas plataformas de geração de imagens. Imediatamente nos sentimos compelidos a reproduzir aquela experiência e compartilhar o sentimento de perplexidade diante de imagens impregnadas de preconceitos, e transformar esse sentimento em um filme”, comentam os diretores de cena Diego Santana Claudino e Guto Azevedo, que formam a dupla Salsa, da produtora Primo Content.

O projeto também contará com exibições do filme e debates em comunidades, escolas e instituições ao redor do país, promovendo um diálogo aberto e inclusivo sobre os desafios e soluções possíveis para combater o racismo estrutural na era digital.

“Queremos aproveitar essa oportunidade para discutir uma forma de racismo intrínseco nas nossas ferramentas de trabalho. Mas queremos fazer isso em cooperação com as próprias vítimas do racismo: pretas e pretos que trabalham na nossa indústria e sentem todo o peso da discriminação incessante que, agora, como vemos, é também perpetuada pelas nossas próprias ferramentas criativas”, enfatiza John Oliveira, CEO da Favela Filmes.

 

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