Skip to main content

Se um show de premiação acontecesse e ninguém pudesse assistir, teria algum burburinho? O Globo de Ouro parece determinado a descobrir.

Depois de um ano repleto de escândalos que forçou a Hollywood Foreign Press Association (HFPA) a anunciar uma reformulação em seu quadro de associados e levou a NBC a retirar a transmissão anual, a organização optou por seguir em frente com seus prêmios, apesar da falta de um mostruário de TV. Mas isso gerou confusão com outra apresentação, o Critics Choice Awards, que passou para o horário do Globo de Ouro, em 9 de janeiro, e será televisionado na CW e na TBS, que, como a CNN, é uma unidade da WarnerMedia.

O HFPA citou a permanência como uma razão para prosseguir com suas premiações, revelando suas nomeações na segunda-feira, juntamente com uma análise detalhada de todas as reformas que foram implementadas. Essas mudanças incluem a tentativa de agregar maior diversidade aos seus membros e abordar lapsos éticos percebidos envolvendo alguns membros, após a extensa reportagem do Los Angeles Times sobre o grupo no início deste ano.

Essas mudanças, presumivelmente, poderiam colocar o programa de volta na NBC – que anunciou sua decisão de não transmitir o Globo de Ouro em maio – em 2023.
Nesse ínterim, porém, haverá dois programas de premiação em 9 de janeiro, um (o Globo de Ouro) com o perfil historicamente mais elevado, o outro (Critics Choice) com o benefício de ir ao ar na TV.

Quando a HFPA anunciou seus planos em outubro, o CEO da Critics Choice, Joey Berlin, chamou a ação de “mesquinha e vingativa” e também de “um insulto à indústria”.

O cenário competitivo aparentemente confundiu Hollywood e os encarregados de buscar todas as vantagens que puderem em uma corrida pelos prêmios que, alimentada pela pandemia, desnorteou as perspectivas dos competidores.

Além disso, o declínio acentuado das classificações de premiações até 2021 suscitou dúvidas sobre até que ponto isso é importante. A indisposição geral culminou com uma queda de quase 60% para o Oscar, oferecendo motivos para questionar se a costumeira comoção em torno da “temporada de premiações” ainda vale a pena toda a balbúrdia.

Estúdios, redes, serviços de streaming e seus aparatos de marketing certamente pensam assim, o que explica uma história do Business Insider que descobriu que enquanto Hollywood buscava coletivamente se distanciar da HFPA até que verdadeiras reformas fossem implementadas, alguns silenciosamente cortejaram a consideração do grupo. Não seria a primeira vez que a campanha do Oscar caiu em áreas cinzentas.

Quanto aos indicados deste ano, serviços de streaming como Netflix, Amazon e Apple TV + montaram seu próprio esforço para chamar a atenção, apoiando filmes menores que têm lutado nas bilheterias. Embora esses serviços não compartilhem dados detalhados sobre quem os está assistindo na TV, o prestígio e a publicidade associados às nomeações são aparentemente vistos como compensação suficiente para seus modelos de negócios baseados em assinaturas.

Fundado na década de 1990, o Critics Choice Awards não compartilha da longa história do Globes. O grupo é composto por quase 500 jornalistas de rádio, online e radiodifusão.

Apesar da rixa sobre a data compartilhada, os dois grupos concordaram esmagadoramente em suas escolhas, sobrepondo-se em nove das dez vagas para o melhor filme, que os Globos dividiram entre drama e musical ou comédia. A única saída foi “Nightmare Alley”, do diretor Guillermo del Toro, que foi incluída pelos membros do Critics Choice, enquanto o Globo foi com o musical “Cyrano”, estrelado pelo ator de “Game of Thrones”, Peter Dinklage.

Texto traduzido do portal CNN, escrito por Brian Lowry.

Leave a Reply