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A pirataria online persiste como um desafio significativo. É o que aponta um recente estudo da MUSO, empresa de análise antipirataria sediada no Reino Unido, e da consultoria Kearney. O levantamento revela que o número de visitas a sites de pirataria atingiu a marca de 141 bilhões em 2023, correspondendo a uma estimativa de 386 milhões de visitas diárias. Este número representa um aumento de 12% desde 2019, destacando a crescente atratividade das plataformas.

A prática existe praticamente desde o início da internet, e à medida que a adoção digital aumentou, assim como a quantidade e o preço dos serviços de streaming de vídeo e áudio, o uso de plataformas de pirataria também aumentou. A análise mostra que os Estados Unidos e a Índia lideram em termos de volume de pirataria, enquanto a Europa e a região da Ásia-Pacífico apresentam uma incidência per capita mais alta. Na Ásia, houve uma média de 34 visitas a sites de pirataria em 2023 para cada pessoa, em comparação com 26 visitas de pirataria por ano na América do Norte.

“O aumento global da pirataria de conteúdo de vídeo é preocupante. No entanto, com um leve ajuste de perspectiva, também se torna uma oportunidade para as empresas de mídia, que podem mudar sua abordagem para comercializar usuários piratas e bloquear a perda de receita”, diz Christophe Firth, da Kearney.

Andy Chatterley, fundador e CEO da MUSO, destaca que a pirataria está se tornando normal, especialmente entre os próximos bilhões de usuários da internet. A análise mostra que a pirataria de filmes na Índia cresceu 80% entre 2022 e 2023. O conteúdo de anime se destaca como um dos principais focos globais, representando 25% do conteúdo pirateado em todo o mundo no último ano.

A fadiga de assinatura, em que os usuários se inscrevem em várias plataformas para acessar seus programas favoritos, muitos dos quais estão espalhados por diversos provedores, há muito tempo é uma preocupação para os usuários comuns. E a crescente hostilidade dos serviços para com os usuários, incluindo restrições ao compartilhamento de senhas, introdução de mais anúncios e limitação do número de dispositivos capazes de assistir simultaneamente, além do aumento de preços, significa que os serviços de pirataria muitas vezes oferecem uma experiência de visualização mais tranquila, diz Chatterley.

O CEO sugere que as informações sobre os hábitos de pirataria podem ser utilizadas pelos serviços de streaming para adaptar estratégias de negócios, mas isso requer uma mudança de mentalidade para entender melhor os motivos por trás da pirataria, em vez de simplesmente criminalizá-la. Ele destaca que o público para o conteúdo pirateado muitas vezes é mais comprometido do que os assinantes de serviços legítimos.

“Você provavelmente pode fazer uma correlação direta entre serviços de streaming e números de assinantes, e aumentos na pirataria e no custo de vida, e as pessoas geralmente adquirindo assinaturas”, destaca Chatterley.

O estudo indica que, se a indústria conseguir recuperar uma fração da receita perdida para a pirataria, isso poderia impulsionar o mercado de vídeo sob demanda em 4%, equivalente a US$ 24 bilhões. Isso ressalta o potencial financeiro e a necessidade de oferecer alternativas mais atrativas para aqueles que recorrem aos sites de pirataria.

“Eles não são piratas. Os piratas seriam as pessoas que disponibilizam conteúdo ilegalmente. Muitas vezes, a audiência não está fazendo isso por ganho financeiro, está fazendo porque quer assistir algo”, finaliza.

* Com informações do Fast Company

 

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