Jornalismo em tempos de IA: MGID reúne players para debate

A primeira edição do MGID Publishers Day, realizado recentemente na capital paulista pela MGID, plataforma global de publicidade, foi palco para reflexões urgentes sobre o mercado de mídia digital. Com…

Adnews

09.06.2025

Jornalismo em tempos de IA: MGID reúne players para debate

A primeira edição do MGID Publishers Day, realizado recentemente na capital paulista pela MGID, plataforma global de publicidade, foi palco para reflexões urgentes sobre o mercado de mídia digital. Com o painel “O Futuro em Debate: Como Produzir, Engajar e Monetizar em um Cenário em Transformação”, mediado por Lorenzo Nicodemo, Head de Publisher Acquisition da MGID para a América Latina, o evento reuniu executivos do Grupo Abril, Grupo Perfil e InfoMoney para debater estratégias de inovação em meio a constantes mudanças tecnológicas associadas à variáveis comportamentais e econômicas da sociedade atual.

“No cenário atual, é preciso adaptar-se”, diz mediador 

Na abertura, Lorenzo Nicodemo contextualizou o debate: “Vivemos um momento de disrupção acelerada. A ascensão da IA, as novas demandas da audiência e a pressão por monetização exigem que publishers reinventem modelos sem abandonar sua essência”. Ele destacou o papel do evento como catalisador de diálogos: “Estamos felizes em criar um espaço isento e democrático, no qual diferentes players podem compartilhar experiências reais. Esse é o primeiro passo para construir soluções coletivas”.

IA na Redação: ferramenta ou ameaça?

O primeiro tópico do debate abordou o uso de inteligência artificial na criação de conteúdo. Ciro Hashimoto, Diretor Sênior de Negócios do Grupo Abril, defende que a experiência do usuário deve estar no centro do negócio, sem prejudicar o consumo de conteúdo. “A IA agiliza a produção, mas a curadoria humana é insubstituível. Na Abril usamos algoritmos para análise de dados, mas a voz editorial – seja na Veja ou na Cláudia – é construída por pessoas”, destaca.

Luis Maluf, CEO do Grupo Perfil, ecoou a preocupação com a credibilidade: “Nossas marcas, como Rolling Stone e Caras, dependem de um jornalismo apurado para gerar engajamento verdadeiro. O desafio é manter um jornalismo de alto nível.” Ele acredita que, a partir disso, o engajamento ocorre de forma orgânica. 

Por sua vez, Thales Calipo, diretor do InfoMoney, enfatizou o uso ético: “Na Infomoney, prezamos pela democratização da informação, não trabalhamos com assinatura, pois um dos nossos pilares é disponibilizar acesso à educação financeira. A IA nos ajuda a escalar conteúdo sem paywalls, mas sempre com supervisão de especialistas”. A menção à parceria com o New York Times, com distribuição gratuita de conteúdo premium no site da InfoMoney, ilustra essa visão.

Multiplataforma e comportamento do público

Sobre a adaptação a novas demandas, Hashimoto detalhou a estratégia do Grupo Abril para seus 15 títulos: “Cada marca tem um DNA. Na Quatro Rodas, investimos em vídeos imersivos; na Superinteressante, em newsletters segmentadas. O comum é a obsessão pela experiência do usuário: velocidade de carregamento, design intuitivo e zero interrupções”.

Calipo complementou com cases do InfoMoney: “Vídeos de 2 a 3 minutos são campeões no YouTube, mas percebemos que podcasts profundos, como o Stock Pickers e Zero ao Topo, engajam quem busca análise macroeconômica. Não há fórmula única: testamos, aprendemos e adaptamos”.

Receita híbrida: entre branding e programática

Questionado sobre modelos de monetização, Maluf revelou como o Grupo Perfil equilibra fontes de receita: “Eventos como a Ilha de Caras geram branding e conexão emocional. Já a publicidade programática é eficaz para escala, mas o branded content em plataformas como a Rolling Stone permite narrativas mais ricas”. O executivo admitiu desafios: “A indústria ainda subestima o valor do jornalismo premium. Precisamos educar o mercado sobre como conteúdo qualificado impacta positivamente campanhas publicitárias”.

O novo normal

Lorenzo Nicodemo sintetizou as discussões destacando que dados criativos são o “novo normal” do mercado. “O futuro exige que publishers unam dados e criatividade — o que chamamos de dados criativos. Não basta ter analytics; é preciso transformá-los em storytelling relevante”. Ele reforçou o compromisso da MGID com parcerias transparentes e alertou sobre a importância da colaboração e foco no usuário. “Nosso papel é oferecer tecnologia que respeite a audiência e valorize o trabalho editorial. Eventos como este são só o começo. Em um cenário de incertezas, colaboração e foco no usuário serão os pilares para publishers não apenas sobreviverem, mas prosperarem”, conclui.

Veja um vídeo do evento:

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